terça-feira, 29 de março de 2011

Semana embalada por notícias positivas


A semana passada, em termos gerais, foi positiva para o mercado financeiro. Como há muito tempo vem ocorrendo, a taxa de câmbio variou pouco. Por outro lado, o resultado médio do Ibovespa foi positivo. Variação pequena, dentro da expectativa, mas positiva. O mercado interno se depara com a pressão do Banco Central sobre o volume de crédito e sobre a demanda, e do lado externo as notícias, em média, foram melhores do que as que estamos analisando há pouco mais de um mês.

O desastre no Japão vai ficando para trás – felizmente – e podemos fazer avaliações menos emotivas, um pouco mais distante da tragédia. Nesta semana, o Japão já foi capaz de mostrar ao mundo algo que vínhamos dizendo: a sua fantástica capacidade de reação às situações realmente adversas. A imagem da estrada que foi reconstruída em seis dias rodou o mundo e, de certa forma, foi bastante eficiente em convencer os mercados de que o país vai de fato passar por um período de estímulo econômico bastante razoável. Podemos apostar que o Japão será pivô de novas altas de preços de commodities e vai aumentar a demanda global no médio prazo, conforme era nossa principal aposta.

Na Líbia, mais notícias positivas – especialmente para aqueles que não fazem parte da família Kadaffi. A coalizão vai liberando o caminho para que a oposição ao líder líbio avance e o deixe em uma posição insustentável. A Líbia de fato descambou para uma guerra civil, mas a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não é nada discreta na sua preferência em resolver o conflito com a derrota e retirada de Kadaffi de cena. Com isso, o preço do petróleo Brent ficou mais estável, ao redor de US$ 115 o barril. Na esteira de nossas outras apostas e indicações, não vemos condições de Kadaffi se sustentar por um período longo e, em dois ou três meses, a situação estará muito provavelmente resolvida.

A melhor notícia de todas, porém, é a recuperação norte-americana. O PIB dos Estados Unidos cresceu o equivalente a 3,1% no último trimestre de 2010, superior aos 2,5% estimados pelo mercado e ao resultado prévio que havia sido de 2,8%. Ou seja, o mundo deve experimentar um ano de maior ritmo econômico do que 2010. Ironicamente, o Brasil vai enfrentar o cenário oposto. Não que seja motivo para grande alarme, mas o País vai crescer menos quando o mundo crescerá mais, e os motivos para isso são todos internos: inflação, gastos públicos elevados e falta de infraestrutura.

Para o Ibovespa, essa situação gera, ao menos, uma perspectiva um pouco melhor do que a que vínhamos apontando nas últimas semanas. Porém, como o lado negativo de toda essa história, há um aumento significativo na pressão inflacionária vinda de fora do território brasileiro. Talvez tenhamos que conviver com um mercado de crédito mais restrito e uma taxa de juros mais elevada do que seria o desejável, com esses fatores anulando o upside das notícias internacionais. Para não ficarmos em cima do muro, a aposta é de que o Ibovespa pode ter desempenho positivo em 2010, modesto, ao invés de um desempenho praticamente estável, mesmo com as restrições internas. Acreditamos que as boas notícias neste momento superam as ruins. Isso não quer dizer que a taxa de câmbio vá se valorizar rapidamente e que o Ibovespa passará a subir semana após semana. Seguem os quadros para avaliação dos leitores:




Assessoria Técnica 

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