O IBGE divulgou o desempenho do varejo no primeiro mês de 2011, e não houve surpresas para a Fecomercio: o varejo brasileiro cresceu 8,3% com relação a janeiro de 2010 e o varejo ampliado (que contabiliza a venda de veículos e material de construção) cresceu 11,2% na mesma comparação. São números fortes, e indicam que o Banco Central terá trabalho se quiser reduzir o consumo. Apesar da evidente desaceleração (o varejo ampliado vinha crescendo 17% e 15% em novembro e dezembro, respectivamente) os resultados ainda são bastante elevados. Mesmo a desaceleração deve ser analisada com cuidado, porque a taxa de crescimento de 11% de janeiro está calcada sobre uma base bastante positiva que foi o desempenho no início do ano passado, ou seja, cresceu menos do que no final de ano, mas sobre uma base de comparação muito qualificada.
Qualquer que seja a avaliação, e quem quer que seja o analista, vai chegar à conclusão de que a inércia econômica é grande em uma economia tão grande e complexa como a brasileira. Quase ao mesmo tempo da divulgação do IBGE, o Ministério do Trabalho divulgou os dados de geração de emprego: foram 280 mil vagas criadas em fevereiro, acumulando quase 500 mil no ano.
Esses números também são recordes para esse período do ano. Isso significa que o consumidor terá emprego e renda garantida no médio prazo. Tendo garantia de renda, a tendência é de que os bancos mantenham o crédito fluindo, pois a percepção de risco de inadimplência é baixa. Ainda que as taxas de juros para a pessoa física tenham crescido de 39% ao ano em novembro para 44% ao ano em janeiro, o consumidor tem pouca sensibilidade a juros no Brasil. Vale lembrar que em 2007/2008, a taxa ao consumidor beirava 60% ao ano e mesmo assim o volume de crédito estava crescendo de 25% a 30% naquele período.
Clique aqui para acessar os dados do IBGE: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1838&id_pagina=1
Assessoria Técnica
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