Quem acompanha o Economix Express nota que a aposta de um mercado “de lado” tem prevalecido neste ano. O que mudou eventualmente nestes meses é o viés. Desde o início de 2011 a tendência do mercado de ações tem permanecido praticamente a mesma, ou seja, em linhas gerais não se espera para o ano nenhum grande desempenho, mas por outro lado também não há motivos para que se espere um movimento de baixa acentuado.
Nas últimas semanas de março, a Bovespa mostrou um leve viés positivo, que foi detectado pelo Economix Express. Apesar da inflação ainda persistente, o lado real da economia se mostrava robusto e também não dava sinais de que sucumbiria no curto prazo. De lá para cá, a ânsia do governo em desaquecer a demanda interna e algumas trapalhadas criaram um ambiente negativo, que não chega a ser desesperador, mas foi o suficiente para reverter o viés levemente positivo para levemente negativo. Esse é o atual cenário.
Da mesma forma que o viés se alterou de positivo para negativo, pode voltar a ser levemente positivo. Porém, e não parece que vai mudar é o direcionamento básico: o Ibovespa pode ficar um pouco mais animado ou desanimado, mas por enquanto não há motivo para achar que haverá um direcionamento relevante para qualquer lado. A tendência é ficar o viés de acordo com as notícias da economia real e com a percepção da política monetária, principalmente com relação ao controle da inflação. O Economix Express tenta antecipar os próximos movimentos:
1. No curto prazo os números da inflação tendem a resistir um pouco;
2. A tendência dos resultados da economia real é de arrefecimento, principalmente nos setores automobilísticos e imobiliários, com reflexos contaminando gradativamente outros segmentos;
3. Após algumas semanas ou meses de acomodação, a inflação tende a ceder, já num ambiente de crescimento mais modesto;
4. Esse quadro no geral é positivo porque tende a recolocar o Brasil em condições de crescimento já em 2012, com o provável controle da inflação.
Se essas projeções estiverem corretas, a tendência do Ibovespa é de se manter levemente negativa até o final do trimestre (ou enquanto os números da economia real pioram, mas a inflação ainda não cede), e depois deve melhorar por verificar que após o momento de dúvidas quanto ao combate inflacionário, o caminho estaria limpo para outro ciclo de crescimento.
O câmbio: no caso da taxa de câmbio, no curto prazo, com juros elevados ainda deve entrar mais dólar do que sair no Brasil. O Banco Central sustenta uma paridade um pouco mais desvalorizada do que seria de fato, comprando reservas (que custam caro para o País). Não há, portanto, tendência de uma mudança brusca nos próximos meses. De qualquer forma, acompanhar o mercado acionário e o câmbio é um exercício diário de ajuste de cenários.
Assessoria Técnica
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