quarta-feira, 25 de maio de 2011

Compras coletivas: uma ótima ideia, mas vale tudo?

Para o consumidor, uma boa ideia. Os sites de buscas coletivas, na visão do consumidor são boas alternativas para aquisição. Não podem, evidentemente, funcionar como mais uma fonte de informação para aquisições por impulso, como os programas de compras na TV. Se o consumidor ficar seduzido com toda e qualquer oferta, parte dos benefícios se dissipa. A aquisição de um bem ou serviço deve sempre obedecer a lógica de utilidade maior do que custo, o que nem sempre ocorre quando se trata de um consumidor compulsivo. O risco, portanto, para o consumidor, é o mesmo de um jogador: o “vício”. De forma geral, os sites de compra coletiva ajudam a nivelar o grau de informação, e de oportunidade para os diferentes consumidores, em diferentes locais.
Para os empresários, também é uma boa ideia. Resolve com criatividade problemas de estoque, promove o negócio, aumentando o fluxo de pessoas ou o grau de conhecimento. De forma geral é uma solução barata tanto para divulgação quanto para promover queima de estoques que eventualmente estiverem acima do desejado. Também é ótima estratégia (e barata) para levantar capital de giro, que custa muito caro nos bancos. O risco é o de exagerar na dose, de banalizar a estratégia a ponto de fazer o consumidor desconfiar que as promoções não são tão boas. Também existe o risco da comunicação, que não deve ser aleatória, ainda que a internet nos induza um pouco a esse exagero. Mesmo nos meios sociais da internet e através de e-mails, as promoções devem obedecer alguns critérios básicos de comunicação e de elegância corporativa para não cair na caixa de spam ou irritar o consumidor.
Risco 1: banalização de uma boa ideia e a vulgarização com as promoções eternas e para todo e qualquer item. Uma estratégia boa, barata e moderna não pode ser refém de práticas ruins, e antigas. Anunciar diariamente promoções imperdíveis e difundir essas promoções via spam sem o devido cuidado pode tornar em uma arma letal contra o nome e o conceito da empresa. Evidencia amadorismo, e um pouco de “malandragem” dos anunciantes. Também mostra uma falta de foco do empresário que raramente é indultada no mercado. Promoções e descontos excepcionais são dados em ocasiões e circunstâncias excepcionais.
Risco 2: não atendimento das aspirações criadas, justamente pela banalização. O cliente começa a se sentir “enrolado”, e vai gradativamente percebendo que poucas empresas e poucas ofertas realmente são bons negócios que podem ser aproveitados. Como tudo, divulgar requer cuidado com o sinal que está sendo dado para a fonte receptora (cliente). Também não é fácil vender, porque a oferta deve coincidir com o desejo interesse do consumidor, e não parecer algo empurrado eletronicamente a ele. Nesse aspecto nada mudou no comércio desde a abertura das rotas na Europa medieval. Os produtores faziam feiras conjuntas e os compradores aproveitavam a ocasião e a conveniência dessas feiras em rotas comerciais. Esse fenômeno evoluiu para as feiras tradicionais, para supermercados, lojas de conveniência e agora tem sua versão na internet. O “empurrômetro” (também tão antigo como as rotas comerciais da Idade Média, seja nas ruas, na propaganda tradicional ou nas novas mídias sociais e sites de compras coletivas) funciona com poucos e irrita a muitos. Tempo e medida adequados são fundamentais.  
O que se pode vender em sites de compras coletivas? Na teoria tudo, na prática bens e serviços de baixo e médio valor agregado, com pouca customização, com validade (de consumo ou comercial) relativamente curta e de fácil reposição. Nestas condições estão roupas, games, DVDs, sessões de filmes, jantares, perfumes, fotos, itens para o lar. Não dá para imaginar um site de compras coletivas de automóveis, de material bélico ou de imóveis.  Ao menos não de forma perene e séria. Usemos com moderação, pois os benefícios são muitos para consumidores e empresários conscientes. Os chatos (vendedores e compradores) perecerão como sempre.
Assessoria Técnica

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