O governo, através do Banco Central (BC), está atuando para reduzir o volume de crédito. Na realidade, estatisticamente, o que a autoridade monetária deixou transparecer é que aceitará crescimento do volume de crédito, mas não no ritmo do ano passado. Se em 2010 o volume cresceu mais de 20%, neste ano o BC estaria mirando em uma taxa de 10% de expansão. Aparentemente o governo não está atingindo seus objetivos. O credito à pessoa física sobe ainda em um ritmo bastante forte.
Nos dois primeiros meses do ano, o volume de crédito aumentou 16%, sendo que as concessões cresceram 25% na mesma comparação. Tanto concessões, quanto o volume, registraram crescimento impulsionado pelo crédito às pessoas físicas. Ou seja, é exatamente a carteira que propicia o aquecimento de consumo que o BC quer restringir.
Não que as medidas da autoridade monetária não tenham surtido nenhum efeito. As taxas de juros médias efetivas subiram de 26% para 30% para PJ e de 42% para 44% para a PF na comparação de janeiro e fevereiro de 2010 e de 2011.
Ainda que a taxa de juros tenha subido no período, os consumidores que encontram crédito disponível estão confiantes o suficiente para arcar com compromissos de médio e longo prazo. Não podemos deixar de notar a pouca sensibilidade que o consumidor brasileiro tem às taxas de juros. O Banco Central deve estar pensando quais serão suas próximas ações para conter o consumo.
A rigor, a Fecomercio não acredita que o grande problema do País seja o excesso de consumo, mas falta de infraestrutura e o excesso de impostos. Mas, ainda que a Fecomercio tenha razão, quem faz política monetária é o Banco Central através do Comitê de Política Monetária (Copom). Portanto, se o quadro no mercado de crédito não se alterar rapidamente, novas medidas restritivas podem ser esperadas com certeza pelos consumidores brasileiros.
Assessoria Técnica
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