O Banco Central (BC) divulga mensalmente um indicador que tem sido muito eficiente para antecipar a produção nacional. Apesar da defasagem – acaba de divulgar os resultados de fevereiro –, o indicador sai muito tempo antes dos resultados das contas nacionais do IBGE. Como há forte correlação, podemos trabalhar tranquilamente com o IBC.
Em fevereiro, o IBC cresceu 7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em janeiro, a alta havia sido um pouco superior a 5%. Não se pode garantir que isso significa uma aceleração econômica, dado que há um fenômeno interferindo no resultado específico de fevereiro: o carnaval de 2011 caiu em março, o que tende a elevar o desempenho global da economia em fevereiro e a reduzir em março.
Seria prudente esperar o resultado de março e avaliar o trimestre completo para que se tenha uma imagem mais adequada do ritmo de nossa economia.
Conforme o gráfico aponta, o desaquecimento percebido no final do ano passado tem cada vez mais a característica de ser um ponto fora da curva e não uma tendência efetiva. Isso nos remete à percepção do BC, registrada em ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, de que no primeiro semestre de 2011, pelo menos, haverá ainda um nível de crescimento bastante razoável.
Evidentemente, o ritmo de crescimento é inferior ao de 2010, no mesmo período, porém temos que lembrar que, justamente por ter sido 2010 um ano de bom desempenho, o atual ritmo deve ser considerado muito positivo.
Outros fatores nos fazem crer que a economia não vai desacelerar tão cedo nem na magnitude que talvez o governo imaginasse: varejo cresce 10% em fevereiro, indústria 6,9% - segundo o IBGE - desemprego em baixa recorde para o período e volume de crédito crescendo ainda cerca de 20% na comparação interanual. Seguindo a lógica da política econômica atual, nos resta esperar ao menos um aperto monetário maior nos próximos meses.
Assessoria Técnica
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