O Brasil definitivamente é um país estranho. Nossa cultura de certa forma não é favorável ao sucesso e a riqueza. As pessoas com um maior poder aquisitivo tendem a se isolar e não costumam expor seu sucesso. Dá a impressão de que quem é rico está devendo algo para a sociedade. O sucesso, no Brasil, vem acompanhado quase sempre de um sentimento de culpa. Como eu posso ser rico ao lado de tanta gente pobre? Esses mitos devem ser quebrados, em benefício de todos, inclusive daqueles que não são ricos. A melhor maneira de distribuir riqueza é através de impostos (que deveriam ser menores e melhor distribuídos para que se gerasse mais riqueza no país). Ou seja, um rico fará muito pelos pobres apenas pagando “direitinho” seus impostos. E claro, não estamos falando da riqueza gerada como produto de roubo, corrupção ou malandragem, e sim àquela que for produto do trabalho, inovação e inteligência. Todas essas qualidades são positivas, engrandecem o País, e merecem ser remuneradas. Aliás, é somente através do prêmio para a capacidade que as pessoas vão se interessar em produzir mais e melhor, o resto é conversa.
Exemplos dessa mentalidade são muitos. Os ditados populares, por exemplo, mostram esse quadro de certa aversão à riqueza, uma percepção de impureza e de que os rios são punidos, por serem ricos. Não é incomum alguém dizer que dinheiro não traz felicidade. Mas a falta dele traz? Ou seja, ricos podem ser infelizes sim e pobres felizes, mas isso não é função da quantidade de dinheiro. Ou, de outra forma, se um rico é infeliz, tirar o dinheiro dele é a solução? Ou ainda, se um pobre for uma pessoa contente, com mais dinheiro se tornaria infeliz? Essas falácias do nosso dia a dia podem não parecer, mas criam um ambiente pouco favorável ao sucesso ao mesmo tempo em que justificam a pobreza e até, de certa forma, nos convencem de que é melhor ser pobre mesmo, até porque o reino dos céus será nosso. É quase uma vingança eterna contra quem teve uma vida terrena melhor do que a nossa.
Por que isso é importante? Porque para ser rico, precisamos pensar como ricos. Precisamos desejar ser ricos. A riqueza individual é a fonte da riqueza coletiva, e isso somente será atingido quando descobrirmos que não há nada de errado em ser rico, em ter sucesso ou em ser famoso. Não é pecado ser rico e a riqueza de uma pessoa não é, necessariamente, produto de roubo ou de subtração dos recursos de outrem.
O Brasil precisa se preparar para ser rico. Se o País passar a crescer em média 5% ao ano, com a taxa atual de crescimento populacional, isso significa que em menos de 20 anos a renda per capita terá dobrado. Significa que seu filho estará melhor do que você e seu neto melhor do que ele. Não é exatamente isso que queremos? Se a renda per capita dobrar a cada 20 anos, em 60 anos (não é muito tempo) cada brasileiro estará ganhando em média oito vezes mais do que atualmente. Esse Brasil de daqui a 60 anos não parece melhor do que o atual? Será que esses futuros brasileiros não serão mais felizes do que nós? Ou será que essa riqueza toda vai estragar nosso carnaval e nossa natural alegria de viver?
Assessoria Técnica
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