segunda-feira, 4 de abril de 2011

As commodities e o Brasil

Muito se fala nos preços das commodities, nos efeitos que as exportações destes produtos têm sobre a economia brasileira nas perspectivas futuras. O EconoMix Express fará uma avaliação simples e ao mesmo tempo bem conceituada tecnicamente, apesar que em média os preços dos produtos exportados pelo Brasil (e cerca de 2/3 são commodities) serem baixos relativamente ao que importamos, também é verdade que houve altas fortes nos últimos anos.
Conceito: Commodities são produtos homogêneos em qualquer lugar do mundo, que podem ser vendidos em lotes padrão, com preços internacionais semelhantes e cotados em bolsas de valores. Os exemplos clássicos são o petróleo (existem alguns tipos de commodities de petróleo de acordo com sua densidade e composição química), os grãos e os minérios. Ouro é ouro em qualquer lugar do mundo, e mantém as mesmas características físicas independente de onde é produzido/extraído. Portanto, temos três principais grupos de commodities: de metais (ou minérios), agrícolas e energéticos. O Brasil é um grande produtor e/ou exportador em todos os casos.
Existe um índice de preços de commodities no Brasil que é a média ponderada dos três principais grupos de produtos, o IC – BR. Esse indicador é uma bela referência do que aconteceu com os preços em dólares dos principais produtos exportados pelo Brasil. Os preços subiram mais de 70% desde 2005, início da série. Mas cabe ainda lembrar que, em 2005, os preços já estavam elevados. Aliás, as fortes altas das commodities começaram no final dos anos 1990. Esse fenômeno é muito fácil de explicar: aumento da demanda por produtos básicos das economias ditas emergentes. Esses produtos são matéria-prima principal das indústrias emergentes e também alimentos para populações que mostraram fantásticos índices de crescimento de renda.
Se analisarmos o que ocorreu com a China, a Índia e mesmo com o Brasil na última década, fica muito fácil de entender o porquê desta alta de preços (que também explica em parte a pressão inflacionária não só no Brasil, mas em várias economias). Não só esses países foram os protagonistas do crescimento da economia global nesta última década, como, até mesmo em função disso, proporcionaram um crescimento de seus mercados internos, talvez inédito na história da economia moderna. São quase três bilhões de pessoas, muitas delas oriundas de classes de renda muito baixa, que passaram ao menos a se alimentar melhor. Ou seja, os preços das commodities subiram muito porque a indústria exportadora desses países cresceu barbaramente, principalmente em relação às commodities agrícolas, porque esses três bilhões de pessoas passaram a comer um volume maior de carboidratos e proteínas.
Projeção: Há muita especulação acerca da longevidade dos altos preços das commodities. Não são poucos os economistas que acham que nesse mercado também há uma bolha, e, principalmente após a crise 2008/2009, passaram a prever o fim desse ciclo.
Acreditam que ocorrerá um fenômeno semelhante ao que aconteceu com o mercado imobiliário americano. O argumento é que o preços das commodities são formados no mercado futuro das Bolsas de Mercadorias Globais, e os preços seriam artificialmente mantidos por especuladores. Na avaliação da Fecomercio há sérios problemas nessa avaliação.





Assessoria técnica

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