É por essas e outras que acreditamos que o Brasil vai ser uma das cinco maiores economias do mundo, nem que façamos de tudo para impedir. Estamos tendo sucesso em retardar esse destino, mas vamos chegar lá em nossa estação, num trem um pouco enferrujado, com a ferrovia em péssimas condições, tendo comprado uma passagem muito cara e com problemas no embarque muito tumultuado com falta de infraestrutura. Mas chegaremos. O Brasil, com 200 milhões de habitantes, com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com abundância de insolação e de recursos naturais, está fadado a crescer e a gerar empregos. Seremos menores apenas do que os Estados Unidos, China, Japão e Alemanha. Isso até 2020, provavelmente. Até 2050, talvez sejamos menores apenas do que Estados Unidos e China, não necessariamente nessa ordem. O sucesso nos intimida. Não é à toa que a ordem do quadro de medalhas do Pan de Guadalajara ponha os EUA em primeiro e o Brasil em segundo lugar, à frente de Canadá, Cuba, México e Argentina. É apenas uma expressão do poder econômico sob a forma de desempenho esportivo. Vale lembrar que a China ganhou a última olimpíada.
Mas porque tanto otimismo? Ou, será que é otimismo mesmo? Na realidade, não é otimismo. Com os recursos naturais, com mais de 120 milhões de habitantes em idade ativa, recebendo investimentos do mundo todo, teremos que crescer mais do que a média, e teremos uma economia gigante em termos absolutos. Quem inventou o termo BRIC foi apenas perspicaz em compreender o inexorável: economias com grande massa de pessoas e recursos naturais tendem a ser grandes potências em termos de PIB, ainda que isso não redunde em bem estar social europeu ou boa distribuição de renda.Também não diríamos que essa projeção é otimista porque como o País não se preparou adequadamente para ser uma grande plataforma de produção e consumo global, vamos passar por novos períodos de apagões, como se convencionou chamar a todo e qualquer momento de escassez de fatores de produção: mão de obra, infraestrutura, capital, ambiente regulatório amigável ao investidor e à produção. Mas a necessidade faz a mudança, de uma forma ou de outra. Por bem ou por mal, mais cedo ou mais tarde.
Depois de tantos lugares comuns, explicamos porque das projeções: o mundo não deve ter uma crise de grandes proporções, na próxima década, que redunde em um retrocesso do padrão de consumo de milhões de pessoas que deixaram a pobreza no Brasil, na China, Índia, África do Sul e outras nações um pouco menores. Ao contrário, esse processo pode e tende a se espalhar para outros países hoje um pouco exóticos a esse jogo. Dito isso, devemos projetar então a manutenção do consumo de energia, alimentos e matérias primas em alta, o que é bom para o Brasil, por exemplo. Os preços de commodities no longo prazo devem se manter elevados, o risco de liquidez é pequeno para nossa economia e a tendência de que, o crescimento acelerado atraia novos interessados a nossas praias deve realimentar o processo nas próximas duas décadas, ou mais, mas aí está muito longe para dizer o que vai acontecer. Vamos nos manter alertas e com isso em mente: o que fazer num País que está crescendo rapidamente? Como atender o consumidor, e como treinar a mão de obra que vai ser uma das matérias- primas mais escassas em breve?Assessoria Técnica
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