segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Natal, bom momento para refletir sobre a mão de obra brasileira

Em 2010, a economia brasileira contratou 3 milhões de trabalhadores. Em 2011, esse número deverá ser um pouco menor, mas vai ultrapassar os 2,5 milhões de contratações líquidas (diferença entre admissões e desligamentos). Esse volume de criação de vagas de trabalho é mais do que suficiente para absorver a mão de obra que está chegando ao mercado. E isso é, ao mesmo tempo, uma grande notícia e um grande risco.

Boa notícia porque significa que o jovem hoje tem mais chances de achar rapidamente um emprego, uma função e iniciar sua carreira. Também permite a quem ficou desempregado a sonhar novamente com a recolocação. Risco porque coloca sob prova nosso sistema de formação profissional: será que nosso sistema educacional, profissionalizante ou tradicional está nos entregando pessoas com o preparo necessário? Já se fala em apagão de mão de obra, assim como se falou no apagão logístico e no de energia. O fato é que a economia se desdobra e avança, mas o custo para ultrapassar esses obstáculos é grande e, com isso, o ritmo de crescimento fica mais lento do que poderia ser.
No caso da mão de obra, o setor privado acaba tendo que investir muito na adequação dos profissionais que recebe, pois certamente a formação média hoje não é a mais indicada para os tempos modernos em que vivemos. Ainda estamos vidrados na década de 1970, com visões de políticas industriais de base, quando o mundo e o Brasil se tornaram polos de economia de Serviços. Neste aspecto, o Senac está na frente, mas não tem a menor condição de suprir todos os profissionais necessários para o crescimento de nossa economia. Portanto, os alunos, os futuros aspirantes a um bom emprego e bom salário, devem prestar muita atenção à sua formação e aos cursos que escolhem, ou vão perder algum tempo dentro das empresas sendo treinados e “reeducados”, antes de assumirem boas posições em termos efetivos.

Esse particularmente é um bom momento para falarmos do tema. É no Natal que o setor de Comércio e Serviços mais precisa de mão de obra. É também nesta época que muitos estudantes vão se aventurar pela primeira vez em um restaurante ou em uma loja. Esse será seu cartão de visita e para os empresários será um bom momento para fazer uma análise dos profissionais que estão chegando. Com a perspectiva de crescimento continuado de nossa economia, é muito provável que após esse período, muitos sejam já contratados, e outros o serão ao longo de 2012. Por isso é que as mudanças no sistema educacional do Brasil são urgentes: não podemos perder a oportunidade de crescer mais e por mais tempo, e isso não ocorrerá se houver mesmo um problema com a oferta de mão de obra.
Assessoria Técnica

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