Mais importante do que notar que há uma deterioração nestas projeções é verificar que o Brasil retoma dois maus hábitos: o de crescer pouco e o de deixar a inflação um pouco solta. Se as projeções estiverem corretas – e para a Fecomercio o crescimento de 2011 será ainda menor do que 3,42% - o Brasil vai crescer muito menos do que seus pares dos BRICs ou do que outros países emergentes. Muitos de nossos pares econômicos estarão crescendo entre 8% e 10% neste ano e provavelmente algo semelhante ainda em 2012, a despeito da crise nos países desenvolvidos. De outro lado a inflação prevista em média para esses países é menor do que a brasileira. Ou seja, há algo que pode ser feito para acelerar o crescimento, e que não seja deixar a inflação corrente crescer.
É chato insistir, mas o Brasil deve promover uma ampla reforma fiscal e de eficiência do setor público, ainda que seja gradativamente. Essa reforma não só deve liberar o setor privado para investir mais através do corte de impostos, como ao aumentar o superávit e a eficiência do governo, cria condições de fato para que o setor público complemente investimentos nos mais diversos setores de infraestrutura, hoje muito aquém do que o país precisa. Também será possível reduzir custos e retirar pressão inflacionária de nossa economia com essa redução de carga tributária e do custo Brasil que deriva da modernização da infraestrutura e dos ganhos de produtividade públicos e privados. Teríamos, ao mesmo tempo, um ganho de eficiência e de competitividade, e um aumento do ritmo de crescimento com menor pressão sobre os preços. Parece um sonho, mas outros países estão vivendo esse momento, e nós não!Assessoria Técnica
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