quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Alta de preços leva à elevação do IPCA. Vestuário e transporte são os maiores vilões

IPCA (IBGE)

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo registrou alta de 0,53% em setembro, 0,16 pontos porcentuais acima da taxa notada em agosto (0,37%). O medidor oficial da inflação já atinge alta de 4,97% em 2011 e de 7,31% em 12 meses. Com este resultado, o cumprimento da meta de inflação fica distante do centro estipulado – 4,5% - mas ainda é possível manter-se no limite superior de dois pontos porcentuais para cima (6,5%).
Os principais destaques foram:

Vestuário (0,80%) – influenciado pela entrada da nova coleção nos estabelecimentos;
Transporte (0,78%) – somente as passagens de avião elevaram-se 23,4% em setembro e já acumulam 31,49% em 2011. Álcool acusou incremento de 13,87% e Gasolina 6,70% e acumulam em 2011 alta de 30,60% e 9,05%, respectivamente. Além do aquecimento da demanda pelos componentes energéticos e dos constantes problemas de safra da cana-de-açúcar, o reajuste no preço do Diesel provoca impacto direto no preço das passagens aéreas já que representa cerca de 40% de seu custo operacional.

Habitação (0,71%) – acumula 5,12% de incremento em 2011. Em setembro, os impactos foram originários do preço de Mudanças (17,88%), Gás Encanado (9,47%), Material de Eletricidade (9,33%) e Sabão em Barra (8,39%).
Alimentação e Bebidas (0,64%) – neste setor as condições climáticas ditam grande parte do direcionamento de preços. Prova disto é que a instabilidade climática tem castigado a produção de muitos alimentos, tais como: Limão (30,3%), Goiaba (20,32%), Maracujá (12,39%), Tangerina (11,02%) e Mandioca (6,05%).

Outros grupos que exerceram influência no comportamento do IPCA e corroboraram para a pressão apurada em setembro: Despesas Pessoais (0,53%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,34%), Educação (0,14%). Somente dois grupos descreveram preços inferiores no contraponto com agosto: Artigos de Residência (-0,36%) e Comunicação (-0,04%).
Os maiores aumentos ocorreram nas regiões de Curitiba (0,86%), Brasília (0,82%), Salvador (0,72%), Belo Horizonte (0,60%) e São Paulo (0,51%).


INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor manteve a mesma tendência verificada no IPCA, porém com menor intensidade, acusando alta de 0,45% ante os 0,42% percebidos em agosto. O INPC acumula em 12 meses +7,30% e elevação de 0,87% no último trimestre (Julho, Agosto e Setembro). Em 2011, o indicador acumula alta de 4,61%.

O resultado foi influenciado pelas elevações ocorridas em Habitação (0,79%), Vestuário (0,75%), Alimentação e Bebidas (0,61%), Despesas Pessoais (0,38%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,33%).
As maiores pressões regionais ocorreram em Curitiba (0,68%), Salvador (0,67%), São Paulo (0,55%), Porto Alegre (0,54%) e Brasília (0,52%).


Diante dos fatos, seria muito bom que o Banco Central ficasse atento e que não provocasse nenhuma sombra de dúvida nos mercados quanto à sua capacidade e sua intenção de manter a inflação controlada e respeitando a meta, inclusive mirando em seu centro já em 2012.

Assessoria Técnica

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