Tantas coisas aconteceram em um curto espaço de tempo que não dá para falar de um assunto apenas. A Grécia e a sua dívida; o crescimento norte-americano; a geração de empregos no Brasil; tudo ao mesmo tempo, assusta, mas é assim mesmo, temos que viver ligados no 220 volts. Foram esses eventos, em nossa visão positivos, que fizeram o mercado reagir quase em êxtase nesta semana. Mas cuidado, pois haverá uma rodada de realização, ainda que não se deva encerrar o período de otimismo em breve.
Grécia negocia pacote de resgateOs credores teriam que aceitar um deságio nos papéis da dívida grega, e ao mesmo tempo, pelo lado grego, haveria que se sinalizar um ajuste de contas públicas, que será doloroso. Todos perdem com o acordo, mas em relação ao que aconteceria sem esse negócio firmado entre as partes os danos são mínimos. Se nós, aqui da FecomercioSP, tivéssemos papéis da dívida grega, venderíamos rapidamente com 50% de desconto. Melhor um pássaro na mão, apesar do deságio, pois a dívida interna grega é enorme.
Do lado dos credores, houve necessidade da ampliação da linha de crédito emergencial do IIF (Instituto Internacional de Finanças) de € 440 bilhões para € 1 trilhão. A rigor, essa chamada de capital é apenas a primeira de algumas outras que virão.Do lado grego, não será fácil contornar os distúrbios políticos. Certamente haverá mais greves, e, quase certo, que esse atual gabinete não se reelege. São os custos de uma festa com muita bebida: a ressaca. Com todo esse desconto e dívida grega ainda é superior a 100% do seu PIB.
PIB do terceiro trimestre dos Estados Unidos cresce 2,5% anualizadoOs Estados Unidos cresceram 2,5% no último trimestre terminado em setembro. Os analistas esperavam 2,7%, e estão de certa forma decepcionados. Na realidade, o que há é um excesso de preciosismo nas análises. O crescimento de 2,5% já é suficiente para estancar o desemprego e até para melhorar o risco de inadimplência no país. É também o melhor resultado desde 2009. Outro aspecto importante é que o crescimento ficou aquém do potencial pela variação de estoques, o que não deve ocorrer novamente. Sem o excesso de estoques que havia após um primeiro semestre muito fraco, a tendência da indústria é se aquecer e o prognóstico do potencial para o final de ano é bastante bom. Aqui, já vínhamos apontando para os indicadores que revelavam uma recuperação americana, principalmente as contas externas e a movimentação interna de cargas que estava e está crescendo a mais de 7% em relação ao ano passado.
Desemprego no Brasil se mantém estávelCada analista lê de um jeito essa notícia. Para alguns é sinal de desaquecimento econômico, para outros de estabilidade em patamar aquecido de demanda por trabalhadores, o que indica a manutenção do forte consumo. Para alguns é um problema, pois estamos atingindo o limite da nossa capacidade de oferta de mão de obra qualificada Ou seja, o desemprego de 6% é considerado o menor possível dado a fraca capacitação de quem está ainda fora do mercado de trabalho. A FecomercioSP tende a concordar com essa hipótese, e alerta para o fato de que há vagas a serem preenchidas, e apesar do contingente de 6% de desempregados, não há qualificação para preencher essas vagas. O nível de desemprego já está baixo, mas para ficar menor ainda, teremos que pensar em maneiras fáceis, rápidas e baratas de treinamento e capacitação, ou vamos restringir o crescimento por pura falta de trabalhadores, quando não falta trabalho.
Assessoria Técnica