terça-feira, 9 de agosto de 2011

Terror nos mercados

Era de fato esperado que os mercados fossem ficar nervosos com os problemas enormes dos Estados Unidos. Para piorar, apesar do acordo, que neste momento é o menos ruim, agências de Rating rebaixaram a dívida americana pela primeira vez na história. Isso trouxe muitos aborrecimentos para os Estados Unidos, claro, mas chacoalhou o mundo. Não há país que não tenha sentido o tranco, e não é para menos: o rebaixamento dos Estados Unidos provocou mudanças significativas nas alocações de capital, ou seja, os fluxos de dinheiro ficaram malucos.
No Brasil os maiores solavancos foram sentidos nas Bolsas. O Ibovespa na semana que passou caiu 10%, e no ano acumula perdas de 23%, um resultado muito amargo. Vale ressaltar que em vários boletins anteriores alertamos para os riscos desse Mercado neste ano. Também mostramos especificamente que apostar numa solução sem dores para os Estados Unidos era muito arriscado e quem a fizesse teria que estar disposto a enfrentar exatamente o que estamos vendo agora, para tentar um resultado excepcional. Não deu, e o mais provável aconteceu: um acordo que salva o mundo de um calote, mas que deixa claro que as coisas não vão bem.

Pior, esse acordo coloca o presidente Obama em uma situação muito ruim para concorrer nas eleições americanas no ano que vem, pois vincula novos alargamentos do teto da dívida a medidas muito impopulares que terão que ser tomadas. Mais ainda, os oposicionistas republicanos foram suficientemente espertos para deixar nas mãos do presidente um eventual aumento de tributos para os ricos. O presidente Obama teve que vir a público dizer que aumento de tributos no meio de uma recessão seria impensável, ou seja, desagrada exatamente seus apoiadores com essas declarações e medidas. Do outro lado, os republicanos estão onde sempre estiveram neste governo: na oposição.
O mercado de câmbio no Brasil reagiu muito bem. Apesar de sermos alvo preferenciais de investidores, uma mexida como a da semana passada nos mercados tenderia, por mais irônico que pareça a fazer muita gente procurar dólares como forma de defesa. Mas o País realmente passa por um momento macroeconômico excepcional em termos relativos, e deveria aproveitar para sair desse momento histórico como uma das potências econômicas globais, inequívocas. Falta pouco, mas são os passos mais difíceis dessa caminhada: reforma fiscal e redução do tamanho do Estado. Com isso, uma série de benefícios colaterais viria, como redução de juros, aumento dos investimentos e redução dos gargalos estruturais do País. Sem dúvida o País sairia dessa crise que perdura pouco mais de três anos como a potência ocidental melhor posicionada para ser guia na economia global.

Voltando aos problemas do curto prazo, os quadros abaixo mostram bem como o barco balançou nesta semana. Para ser no mínimo conservador, a sugestão é ainda ficar longe das ações, por mais que estejam muito baratas, pois o ajuste nos Estados Unidos ainda não terminou e pode haver mais marola.
Assessoria Técnica

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