segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Para Anfavea, produção desacelera no primeiro semestre

Nos primeiros seis meses do ano, o consumo de automóveis foi irregular porém em média está ainda crescendo dois dígitos: exatamente 10% em relação a 2010. A produção foi desacelerando mais constantemente e termina o semestre praticamente igual à de 2010. Ainda existem estoques, porém nos próximos meses, a se manter essa estratégia em alguns nichos pode começar a faltar automóvel, salvo se o consumo de fato perder o ritmo na segunda metade do ano.
Como se pode constatar na tabela acima, apesar da diminuição do ritmo de produção, em seis meses foram produzidos 1,771 milhão de veículos leves e licenciados 1,737 milhão, ou seja, o estoque aumentou 35 mil unidades, mais ou menos. Todavia o excedente de automóveis foi produzido no primeiro trimestre já que a partir de abril o estoque líquido caiu cerca de 33 mil automóveis. Talvez esse fenômeno tenha sido efeito da perspectiva mais negativa para o ano, principalmente no segundo semestre. Dentro de uma perspectiva ruim a indústria pode ter projetado um mercado mais restrito e antecipou-se. Como não houve a redução esperada de consumo, pode ser que o cenário se inverta no segundo semestre.
Ao longo deste ano, não só no setor automotivo, como as projeções econômicas já flutuaram algumas vezes. O ano começou sob a perspectiva de desaquecimento mais forte com inflação mais alta. Por volta de março, as projeções começaram a melhorar. No último mês, o medo de inflação um pouco mais alta voltou e as apostas para o crescimento sofreram novos ajustes para baixo.  Nesse momento, as perspectivas parecem mais bem ajustadas, nem tão ruins como no início do ano, mas também não foram totalmente revertidas como em algum momento se imaginou no final do primeiro trimestre. Dados efetivos sobre o PIB do segundo trimestre podem ajudar a indústria automobilística e mesmo outros setores a ajustar suas projeções e, portanto, redefinir investimentos e produção. Todavia, como esses dados são muito defasados, resta a observação de mercado e o acompanhamento setorial feito diariamente, com os erros que podem de fato acontecer.

O Banco Central divulga um indicador antecedente do PIB chamado IBC-BR que certamente é de grande valia para antecipar o que está de fato ocorrendo na economia. Além dos dados do BC, as próprias informações da indústria automobilística são boas antecedentes tanto de produção, quanto de consumo das famílias, pois os automóveis talvez sejam os bens de maior desejo dos brasileiros, competindo com a casa própria. Como a venda de carros depende também em larga medida do mercado de crédito, olhar o desempenho dos empréstimos (crescimento do volume, das concessões, taxas e prazos) é de grande valia para que entendamos um setor tão importante como o de produção e venda de automóveis no Brasil.
Assessoria Técnica

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