sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O equilíbrio interno e externo do Brasil

O Brasil de hoje mostra consecutivos déficits em Contas Correntes, e no ano poderemos ter um déficit de 2,5% do PIB, ou cerca de US$ 60 bilhões. O saldo em conta corrente apresentou déficit de US$ 3,5 bilhões em julho, e em 12 meses soma - US$ 47,9 bilhões, o que representa 2,1% do PIB. A tendência é de que em 2011 tenhamos algo entre US$ 55 bilhões e US$ 60 bilhões, um pouco maior do que o patamar acumulado neste ano.
Essa proporção não chega a ser desconfortável, até mesmo porque está estabilizado nesse patamar há um ano. Mesmo o crescimento absoluto do déficit foi compensado pelo crescimento do PIB brasileiro. Também há o aspecto de capacidade de financiamento e rolagem desse déficit. A entrada de capitais estrangeiros na conta de Investimento Direto tem surpreendido e fartamente sustenta o déficit em Contas Correntes. Ou seja, a estabilidade do déficit e o financiamento quase automático das saídas de capital por meio dos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) garantem ao País
Para entendermos melhor de onde vem esse déficit corrente, é bom destacar algumas contas:

           Viagens internacionais: -US$ 1,3 bilhão em junho, e -US$ 1,7 bilhão em julho;
           Pagamento de juros -US$ 1,6 bilhão;

           Remessas de lucros e dividendos de -US$ 1,8 bilhão;

           Saldo Comercial caiu de US$ 4,4 bilhões para US$ 3,1 bilhões entre junho e julho.
De outro lado, o Investimento Estrangeiro Direto atingiu US$ 6 bilhões apenas em julho, um valor bem acima das expectativas, e, no ano, poderemos ver um recorde de investimentos diretos vindos do exterior, o que significa que o País está caminhando para se tornar um porto definitivo de atração de capitais e investimentos estrangeiros. Juntando esse equilíbrio bastante estável e diferenciado do País nas contas externas com o equilíbrio da dívida pública interna (que também está estável e com alguma tendência de queda)e ainda com o controle inflacionário bastante satisfatório temos uma situação macroeconômica talvez única no mundo, e de grande valor, principalmente se pensarmos que dias piores e de muitas tormentas ainda podem aparecer pela frente neste ano e mesmo no início de 2012.

O País passou relativamente bem pela crise de 2008/2009, e ao verificar os efeitos sobre outras economias, percebemos que o fato de estarmos bem preparados macroeconomicamente foi decisivo. Nos próximos meses poderemos novamente nos valer de uma situação econômica de bom equilíbrio macro para ultrapassar mares mais tempestuosos, que certamente virão.
Assessoria Técnica

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