quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O Brasil avança sobre os ativos estrangeiros

Nos últimos anos o Brasil passou a adquirir de forma mais ostensiva participações em empresas e negócios no exterior. Não foram poucas nem pequenas as operações de nossas empresas e nossos investidores nessa década. Esse fenômeno é mais uma comprovação do afloramento de nossa economia que, apesar de todos os problemas, vai se tornando uma das mais importantes no mundo. Aliás, com 200 milhões de habitantes e 8 milhões de quilômetros quadrados de extensão, seria uma surpresa se o nosso País não viesse a se tornar uma potência econômica.

Especificamente com relação aos Investimentos Brasileiros Diretos, entre 2000 e 2010, nossas empresas adquiriram cerca US$ 170 bilhões em direitos de empresas estrangeiras. Nesse mesmo período, retornaram ao País US$ 97 bilhões desses direitos, sob a forma de vendas de participações ou receitas destas. Em termos líquidos os empresários do País adquiriram mais de US$ 70 bilhões em direitos fora de nossas fronteiras em 10 anos.
Todavia, mais interessante do que isso é a tendência crescente (com anos um pouco melhores e outros piores) de investimento de brasileiros no exterior, conforme a tabela. Só em 2010 o País comprou US$ 34 bilhões em ativos no exterior e vendeu US$ 23 bilhões. Os números devem permanecer elevados, demonstrando que o crescimento brasileiro tende a ir além de suas fronteiras, e que só não há um maior interesse em aquisição de empresas e participações no exterior justamente porque o ambiente interno para negócios hoje é relativamente melhor do que em muitos países.

Em 2011: neste ano, com dados consolidados apenas até maio, a venda de ativos de brasileiros no exterior foi maior do que a aquisição em US$ 10 bilhões. Esse fenômeno se deve em grande medida pela oportunidade que está posta no Brasil com altas taxas de retorno para investimentos em renda fixa. Também o volume elevado de ativos de brasileiros no exterior se reverte cada vez mais em receitas que vêm de lá para cá, reduzindo o IBD líquido. Mesmo assim, descontando-se a forte influência de reversão dessas contas no primeiro trimestre, as expectativas são de que ao final do ano o País tenha efetivamente comprado mais do que vendido participações no exterior, ou ao menos equilibrado esse fluxo.

Assessoria Técnica

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