A Assessoria Técnica faz uma brincadeira todo início de ano com as projeções dos principais analistas do País, todas elas condensadas no relatório Focus do Banco Central. Nossa aposta é ver quanto essas projeções se alteram ao longo do ano. Não que tenhamos condições de fazer algo muito melhor, mas sempre que nos é perguntada uma projeção, entendemos que existem tantos fatores que se colocarão entre o presente e a data da previsão que é humanamente impossível fazer algo sério com grande precisão. A tendência, essa sim, costumamos acertar. E, normalmente, fazemos projeções em intervalos. Por exemplo, o crescimento do PIB de 3,5% na realidade é a média dos nossos extremos. Projetamos, a rigor, um crescimento de 3% a 4% e inflação entre 6% e 6,5%.
De qualquer maneira, o governo fazer projeções otimistas não é uma surpresa, mas os analistas do mercado também têm tendido a errar todos para a mesma direção. Isso é um pouco estranho, porque se os erros fossem distribuídos um pouco para cima e um pouco para baixo, estaria tudo correto, porque é o que ocorre conosco também. Quando você erra sempre para um lado, há algum problema com o seu modelo de previsões, isso é até explicado em uma das aulas de econometria. Ah, para o câmbio, para a taxa de câmbio do real, a assessoria somente faz projeções mediante tortura. Não acreditamos que dá para prever com o mínimo de precisão a taxa de câmbio num horizonte muito maior do que algumas horas.Para não dizer que fugimos das projeções, seguem algumas importantes:
PIB: entre 3% e 4%IPCA: entre 6% e 6,5%
Exportações: US$ 255 bilhões (recorde)
Importações : US$ 225 bilhões (recorde)
Conta Corrente: - US$ 55 bilhões
Taxa de Câmbio: ? - mas o real tem todas as indicações de que terminará o ano ainda muito valorizado.
Alterar projeções é normal, pois as variáveis envolvidas são sempre muitas, mas o que nos causa estranheza é o erro sistemático somente para um lado (normalmente otimista) e a demora em corrigir as projeções mesmo quando os sinais já estão contradizendo suas apostas. A presidente está reduzindo suas expectativas por conta principalmente do cenário econômico nos Estados Unidos e Europa. O problema é que, para muitos analistas, a aposta de crescimento fraco e muitas dificuldades nas economias avançadas já era a mais realista desde 2010. Não mudou muita coisa, e estamos surpresos com a surpresa, mais uma vez. A situação econômica de Japão, EUA e Europa é séria, contempla um superendividamento conjunto e terá solução muito lenta. Por outro lado, não apostamos em uma nova crise de proporções como a de 2008, apenas mais do mesmo nestes dois últimos anos.
Assessoria Técnica
Nenhum comentário:
Postar um comentário