Quem aproveitou se deu bem, pois não é todo dia que encontramos uma remuneração de 13% ao ano com inflação média esperada para o período inferior a 5% ao ano. É uma baita taxa de juros. Mas é interessante notar que as taxas de curto prazo estão menores que as de longo prazo, nem mesmo o mercado financeiro acredita que seja razoável remunerar dinheiro dessa forma, por tanto tempo. Ou seja, o mercado financeiro precifica quedas de juros no médio prazo, de forma a que, em média a taxa de juros de hoje até janeiro de 2013, acumule 11,2% ao ano. Quando isso acontece, o Banco Central tem espaço para reduzir as taxas de curto prazo.
Mas, independente da decisão do Banco Central, a queda de juros de longo prazo ratificada pelas LTNs já surte efeitos no mercado de crédito. Na realidade, a Selic é apenas um balizador de curto prazo, e o que interessa para o mercado financeiro na composição do custo do crédito para Pessoas Física e/ou Pessoa Jurídica é a taxa de longo prazo. Ninguém toma dinheiro no curto prazo e empresta no longo. As operações normalmente buscam um mínimo de “casamento” de prazos. Os bancos se financiam no médio e no longo prazo para poderem financiar o consumo de Bens Duráveis.Ainda que o Banco Central não creia em si mesmo e nem mesmo nos mercados, as taxas de juros têm mesmo motivos para caírem. Em primeiro lugar, porque a inflação deve convergir para o centro da meta em breve. Em segundo lugar, porque a taxa de câmbio continua se valorizando, e com uma taxa de juros tão elevada, a atração de capital é de tal ordem elevada que os preços dos títulos deveriam estar de fato subindo, pela sua procura. Preço dos títulos em alta significa queda na sua remuneração, ou queda de juros no mercado, e isso está de fato ocorrendo. Parece que o Banco Central mantém a Selic mais de 1,5pp acima da taxa de longo prazo apenas pelo prazer de gastar mais dinheiro com o pagamento do giro de capital diário dos bancos.
Assessoria Técnica
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