sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Indústria mantém tendência de desaceleração

O IBGE divulgou os dados de julho de produção industrial, que confirmaram a tendência de desaceleração. Neste ano, essa é a terceira vez que o resultado do volume produzido no mês foi inferior ao verificado no mesmo mês do ano anterior. Até o momento, a indústria acumula crescimento de 1,4% nos primeiros sete meses do ano em relação ao mesmo período de 2010. Esse resultado é bem inferior ao verificado pelo comércio e mesmo do que a expectativa do PIB para 2011.
Em março, abril e agora em julho, os números ficaram no vermelho para a indústria. Independente disso, quando se olha o gráfico, salta aos olhos a tendência de desaceleração contínua, desde a segunda metade de 2010. Esse resultado é ruim e se deve a alguns fatores básicos: câmbio muito valorizado, aperto monetário do final de 2010 e baixa competitividade estrutural da indústria brasileira.
Quanto ao câmbio, somente a redução dos juros básicos poderá de fato gerar uma reversão desse quadro, o que não é esperado no curtíssimo prazo. A redução de juros também pode melhorar as condições de financiamento para Pessoa Jurídica e alavancar novamente investimentos. Com relação ao custo da baixa competitividade estrutural, a reversão somente se dará no longo prazo, se houver entendimento político de que o País precisa de um choque de gestão.

Observação: ainda que o IBGE tenha um excelente histórico de pesquisas e de qualidade técnica, esse resultado da indústria causa estranheza quando cotejado com os resultados que o instituto divulga para o Comércio. Ainda que haja importação crescente de manufaturados e que existam estoques entre a Indústria e o Varejo, o diferencial de desempenho tem sido muito grande, por muito tempo. Pelo fato de ser muito grande, o diferencial entre as vendas no Comércio e a Produção na Indústria não pode ser totalmente explicado pelas exportações líquidas de manufaturados. Pelo fato desse processo ser longo, exclui-se a explicação de ajustes de estoques. Vale a pena o aprofundamento dessa análise.
Assessoria Técnica

Nenhum comentário:

Postar um comentário