Em março, abril e agora em julho, os números ficaram no vermelho para a indústria. Independente disso, quando se olha o gráfico, salta aos olhos a tendência de desaceleração contínua, desde a segunda metade de 2010. Esse resultado é ruim e se deve a alguns fatores básicos: câmbio muito valorizado, aperto monetário do final de 2010 e baixa competitividade estrutural da indústria brasileira.
Quanto ao câmbio, somente a redução dos juros básicos poderá de fato gerar uma reversão desse quadro, o que não é esperado no curtíssimo prazo. A redução de juros também pode melhorar as condições de financiamento para Pessoa Jurídica e alavancar novamente investimentos. Com relação ao custo da baixa competitividade estrutural, a reversão somente se dará no longo prazo, se houver entendimento político de que o País precisa de um choque de gestão.Observação: ainda que o IBGE tenha um excelente histórico de pesquisas e de qualidade técnica, esse resultado da indústria causa estranheza quando cotejado com os resultados que o instituto divulga para o Comércio. Ainda que haja importação crescente de manufaturados e que existam estoques entre a Indústria e o Varejo, o diferencial de desempenho tem sido muito grande, por muito tempo. Pelo fato de ser muito grande, o diferencial entre as vendas no Comércio e a Produção na Indústria não pode ser totalmente explicado pelas exportações líquidas de manufaturados. Pelo fato desse processo ser longo, exclui-se a explicação de ajustes de estoques. Vale a pena o aprofundamento dessa análise.
Assessoria Técnica
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