Operadores creditaram o resultado do Ibovespa a uma leve melhora no final do pregão de Nova Iorque, mas certamente essa é uma explicação por falta de outra melhor. Assim é porque a melhoria dos índices americanos na prática foi irrelevante, e aconteceu bem depois do Ibovespa estar subindo rapidamente. Não dá para a causa vir depois do efeito. O mais provável é que os boatos sobre uma nova alta na avaliação de crédito soberano do Brasil tenham inflado os mercados. De fato, se compararmos nossas condições com o resto do mundo, o País merece um up grade no rating internacional, seja da S&P ou Moody’s.
De volta ao mundo, o País atravessa um momento complexo. Dados ruins e dados positivos se misturam tornando muito difícil uma avaliação reta, linear. Acreditamos que, em média, e relativamente, o Brasil vai bem, apesar de pressões inflacionárias (em um mau momento, já que o Banco Central acabou de reduzir a Selic) e da desaceleração do PIB baseado no desempenho medíocre da indústria. Esse estado de coisas deve permanecer assim por um bom tempo, o que dificultará a ação de analistas e as projeções. É um alerta para essa volatilidade do mercado que pode ainda se manter por um bom tempo. Do lado internacional, novamente não estamos sendo pegos de surpresa. Quem acompanha o boletim sabe que não acreditamos em uma solução fácil e rápida para o caso europeu (dívidas soberanas muito elevadas e déficits públicos insolúveis). Também não está prevista uma recuperação rápida para a economia americana, ou seja, taxas de crescimento baixas e anúncios de desemprego alto estão precificados em nossas análises. Economia às vezes é muito chata, porque não existem mágicas nem muitas notícias bombásticas. Apenas o óbvio, que surpreende muita gente.
Assessoria Técnica
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