segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Comodities vão impulsionar o PIB em 2011

O Banco Central criou um indicador para acompanhar os preços de grupos de commodities (Agropecuária, Metais e Energia) e a composição média na pauta brasileira de produção/comércio internacional. Ou seja, com base nos índices de preços desses grupos de commodities podemos antecipar o desempenho das exportações líquidas e da atividade econômica. Esse indicador, o IC-BR, se diferencia dos existentes no mercado, como o do Commodity Research Bureau (CRB), por levar em consideração as particularidades do Brasil.

Dito isso, o que se pode afirmar é que, no primeiro trimestre deste ano o indicador atingiu o seu patamar histórico mais elevado. Desde então, por conta da redução das expectativas de crescimento mundial que derivaram da piora do cenário americano e europeu, o indicador apresentou uma tendência de queda significativa. Em agosto, essa tendência de queda cessou, e ainda os preços internacionais de commodities não estejam no seu pico, em média estão muito elevados em relação ao patamar histórico e mesmo em relação ao ano passado.
Em média, os produtos em que o Brasil é um participante relevante do mercado, seja importando ou produzindo/exportando, subiram 18% em relação a agosto de 2010 e acumulam em oito meses 32% de alta. Se não houver mais mudança nos preços, como sugerem as projeções do momento, os preços das commodities devem ficar entre 20% e 25% mais altas em 2011 do que em 2010, aumentando o bônus internacional recebido pelo Brasil no saldo comercial. O País tem obtido ganhos de exportação tanto pelo volume, quanto pelos preços dos produtos exportados, e esse fenômeno tem ajudado a economia, mantendo de certa forma a capacidade de endividamento interna e externa. Também é verdade que o dinamismo das exportações - ainda que estas sejam baseadas em primários - tem ajudado a manter empregos e uma taxa de crescimento acima da média mundial, e também responde por grande parte da valorização cambial do momento.

Como se vê, a tendência de alta foi interrompida a partir do segundo trimestre, mas mesmo assim, em termos históricos, os preços das commodities se mantêm em patamares elevados, o que deve ser considerado positivo de forma geral. Não há expectativa de grandes quedas adicionais nos preços desses produtos, mesmo tendo em consideração uma redução do ritmo mundial de crescimento. Neste momento, não é esperada uma recessão mundial de grandes proporções ou um corte de crédito monumental nos mercados internacionais como ocorrera em 2008 com a quebra do Lehman Brothers. Podemos esperar mais alguns meses de câmbio valorizado, ainda que tenha havido um ajuste nas últimas semanas, e também devemos nos acostumar com o enorme incentivo internacional à produção e exportação de produtos primários, hoje muito demandados.
Assessoria Técnica

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