A FecomercioSP tem, entre seus valores, a defesa do livre mercado e direito à ampla concorrência, em condições equânimes de competição. Exatamente por isso, entende que a presença dos importados é um fator importante a ser considerado na preservação do controle inflacionário, bem como estabelece parâmetros significativos para pautar a competitividade da economia brasileira.
Embora reconheça que o mercado de câmbio esteja, neste momento, sem referência, as equipes técnicas da FecomercioSP acreditam que, pelo menos nos próximos meses, a cotação do real ante o dólar não se manterá nos mesmos patamares verificados anteriormente ao recente ciclo de valorização da moeda norte-americana. “Não temos condições, por enquanto, de afirmar se o dólar ficará em R$ 1,80 ou R$ 2,10, mas toda a movimentação do mercado, assim como a própria atuação do Banco Central (BC), nos dão indicativos muito claros de que não devemos aguardar por uma cotação na faixa de R$ 1,60, que vinha sendo registrada ao longo do ano”, observa Borges.“Além disso, a Fecomercio SP se preocupa que o BC não esteja colocando em primeiro plano a manutenção da estabilidade, pois a desvalorização recente do Real terá efeitos inflacionários que exigirão medidas monetárias opostas às que estão sendo indicadas pelo BC”, acrescenta Borges.
A abrangência da crise de endividamento de países da União Europeia e a ainda imprevisível solução, assim como as estagnações econômicas de Estados Unidos e Japão e o papel a ser exercido pela China neste processo lançam incertezas sobre os rumos do câmbio. Entretanto, analisando as recentes ações deflagradas pelo Brasil, caso do início do processo de corte da Selic, intervenções do BC no mercado de câmbio, prevalecimento de posições de compra nos contratos futuros de câmbio e a expectativa de que no curto prazo as empresas transnacionais sediadas no País vão remeter lucros para suas matrizes estrangeiras são fortes indícios de que o dólar não deve voltar aos patamares registrados anteriormente.A FecomercioSP alerta, portanto, que a revogação das medidas protecionistas anunciadas pelo governo pode ser um sinal importante para garantir a regularidade do abastecimento do mercado doméstico, manter o estímulo a novos investimentos, e uma componente relevante para a manutenção de preços, impactando positivamente no controle da inflação.
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