terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mais notícias boas do que ruins na semana

Uma nova ordem mundial surge para tentar resgatar a Europa, ao mesmo tempo em que começam a surgir projetos para acelerar a retomada do crescimento americano. No âmbito dos emergentes (hoje os BRICs) o mercado está mais calmo, até porque não houve, até o momento, uma corrida contra os investimentos desses países e nem uma acentuada queda do preço de commodities, como alguns chegaram a prever. Esse cenário foi o suficiente para manter os mercados mais calmos, ainda que voláteis, do que nas semanas anteriores.

No Brasil, especificamente, o Ibovespa fechou em alta, com um bom volume negociado ao longo dos dias e acompanhou o mercado externo. O mercado cambial ainda está em ritmo de desvalorização. Em grande parte essa tem sido a reação básica que denota desconfiança dos agentes no controle inflacionário e, portanto, cambial. Talvez o câmbio seja a válvula de escape desse mercado, mas é importante lembrar que, a desvalorização continuada do real (após ter ficado muito valorizado) pode se mostrar um importante obstáculo para o Banco Central no combate à inflação.




Conforme se pode notar a bolsa teve um comportamento bastante comportado com evidente tendência de alta e menos turbulências do que nas semanas passadas. Por mais irônico que pareça, o acompanhamento da trajetória do câmbio é que voltou a ser relevante. A semana deve começar tranquila nas bolsas, na esteira do final da semana passada, mas a tendência para o câmbio é de desvalorização.
Para completar a semana, o governo atuou, certamente sob pressão do setor automobilístico, e levantou barreiras tributárias sobre a importação de automóveis. A medida tem claro foco sobre as importações de automóveis chineses e sul coreanos. Essa medida reedita os momentos menos brilhantes da equipe econômica, não se encaixando entre as boas notícias da semana. Sob a desculpa de proteger o emprego nacional o governo elevou em 30 pontos de percentagem o IPI de automóveis importados. Vale ressaltar que, no caso dos carros chineses e sul coreanos  (alvos principais das medidas) os modelos competem diretamente com modelos que as montadoras nacionais já importam do México e da Argentina (países que não serão afetados pelo aumento do IPI). Portanto, se a medida protege empregos, protege os gerados no México e na Argentina.

Certamente, no entanto, esse aumento do IPI vai encarecer carros importados e abrir espaço para que os nacionais também subam de preços. Não parece uma medida inteligente para quem quer combater a inflação. No mais, se o problema está no excesso de estoques nos pátios das empresas nacionais, o certo é provocar a queda de preços destes carros para estimular seu consumo e não a alta generalizada. No passado, o governo reduziu o IPI de forma segmentada e atingiu seu objetivo de manter o mercado funcionando. Não vale fazer o contrário e dizer que é para a mesma finalidade. É uma medida protecionista, e ponto.

Assessoria Técnica

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