sexta-feira, 15 de julho de 2011

A palavra de um especialista

Em recente evento do Conselho de Turismo da Fecomercio, o empresário João Dória apresentou um quadro bastante preocupante sobre o setor no Brasil. Evidentemente, a questão da Copa do Mundo e das Olimpíadas acaba aquecendo esse debate, mas, como se poderá notar, o problema é de base, estrutural e não se resume apenas aos poucos dias desses eventos. Seguem alguns dos pontos levantados:

1. Aeroportos: Deve-se realizar a privatização dos aeroportos brasileiros e também ter intervenção da agência reguladora, onde a gestão privada for ruim.
2. Sinalização : O Brasil é mal sinalizado, a infraestrutura é ruim, não há placas suficientes, principalmente em outro idioma (inglês).

3. Informação Turística: É preciso melhorar a informação turística, utilizando-se  redes sociais, mídia e os materiais impressos, seja para os turistas brasileiros, seja para os estrangeiros.
4. Reforma e construção de hotéis: Não há projetos para construção de hotéis, é necessário elaborar um programa nesse sentido. Para se ter uma ideia, há dois anos não se constrói nenhum hotel em São Paulo, e a cidade é ainda a mais bem servida no ramo hoteleiro do Brasil.  

5. Formação de mão-de-obra: É preciso ter profissionais capacitados, qualificados e especializados, com inglês fluente. Não existe geração espontânea ou milagre a ser feito, temos que tratar de redefinir o papel das escolas e cursos técnicos para o futuro.
6. Eliminação de barreiras do turismo estrangeiro no Brasil: O País tem um grande problema em relação à política de diplomacia. Trata-se da reciprocidade. Se um país exige visto, o Brasil exige também. Essa política não é exatamente inteligente quando o país tem mais a perder do que ganhar em termos de divisas e afluxo de pessoas.

7. Aumentar a competitividade do turismo aéreo: É imprescindível melhorar a eficiência e aumentar as ofertas de voos. Quanto mais empresas áreas estiverem atuando, mais competitivas serão e ,consequentemente, mais pessoas irão utilizar o meio de transporte. Hoje, alguns trechos aéreos no Brasil são os mais caros do mundo.

8. Segurança pública: É preciso investir em tecnologia e na chamada inteligência de segurança, ainda mais considerando os grandes eventos que serão realizados no País em menos de dez anos. Mas esse é outro fator que deve ser incrementado permanentemente e seus efeitos positivos vão muito além dos eventos que o País vai receber.

Além desses pontos, existem outros inúmeros, mas consideramos que se apenas esses tivessem a atenção merecida, o cenário já iria melhorar muito. O Brasil precisa almejar receber  20 milhões ou 30 milhões de turistas. Atualmente, recebe apenas 6 milhões. Mesmo com esse número muito aquém do que deveria receber, considerando-se sua geografia e também o fato de ser a maior economia da América do Sul e mesmo do hemisfério sul, São Paulo, no segmento de recepção de turistas de negócios, já está atingindo sua capacidade máxima. O número é muito pequeno para já percebermos esses gargalos. Países europeus como França e Espanha, ou mesmo os Estados Unidos, recebem entre 50 milhões e 60 milhões de turistas estrangeiros, dez vezes mais do que o Brasil. Ou seja, estamos sentindo efeitos muito precoces da falta de estrutura.

Assessoria Técnica

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