O Índice Nacional de Preços da Construção Civil (INCC), calculado pelo IBGE em parceria com a Caixa Econômica Federal subiu 0,6% em junho, enquanto em maio havia subido 1,5%. Acumula, no ano, alta de 3,82% e em 12 meses 6,82%. A tendência é de que em 2011 o INCC tenha alta pouco superior a 6%, abaixo da pressão de 2010, quando o indicador subiu mais de 7%.
Todavia, é de se destacar que em 2011, nestes primeiros seis meses, a alta dos custos foi baseada praticamente na pressão da mão-de-obra. Somente em junho a mão-de-obra teve variação de 1,14% e o custo dos materiais de construção subiu apenas 0,1%. Essa tendência dicotômica perdura há quase dois anos. Abaixo um quadro resumo das variações, sendo destacadas em azul as menores alterações e em laranja as maiores. O quadro é bastante revelador e mostra que tanto na margem quanto na média a região Centro-Oeste permanece campeã de pressão de preços enquanto que a região Norte sofre a menor pressão. O Sudeste também acumula em 12 meses uma das menores variações do Brasil. Essa diferença se dá em primeiro lugar pelo patamar dos custos em cada região, depois por conta do estágio do mercado – na região Sudeste o mercado já está maduro e no Norte apesar da possibilidade de evolução, não há aquecimento no setor. O Centro-Oeste se destaca tanto pela movimentação na construção civil quanto pela juventude do mercado imobiliário e de construção, apresentando-se como uma nova fronteira de oportunidades no setor. Mercados maduros e pouco movimentados tendem a ter variações de custos mais controladas.
Esse indicador é especialmente relevante no Brasil, justamente pelas recentes decisões políticas de estimular a construção civil tanto no setor público quanto no setor privado. Hoje o PIB da construção civil depende 60% do setor privado e 40% do setor público, ou seja, ambos são muito relevantes. O estímulo ao setor privado se deve ao desenvolvimento do setor de habitação e em segundo lugar no de construções comerciais, principalmente em grandes centros urbanos. O desenvolvimento recente desses segmentos no País, é em grande medida, baseado no alongamento do crédito que hoje atinge 30 anos, o que é um fator inclusivo de milhões de pessoas que jamais poderiam adquirir um imóvel nas condições vigentes há 10 ou 20 anos. No caso do setor público, o estímulo se dá por inúmeras razões, como a Copa do Mundo, Olimpíadas, déficit habitacional de interesse social e a falta de infraestrutura generalizada no País. Somente esses fatores são suficientes para manter a demanda do segmento muito aquecida por um período muito longo, ou seja, o mercado pode passar por períodos menos aquecidos em determinados momentos, porém em média deverá ser de grades oportunidades (e, portanto, conviver com pressão de preços e necessidade de profissionais) ao menos por uma década.
Assessoria Técnica
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