O otimismo em relação ao Brasil, especificamente, advém do fato de que os preços de commodities continuam elevados, o mercado interno de consumo está forte, o setor bancário se mantém hígido e em expansão. Além disso, o País está praticamente no pleno emprego e recebe investimentos estrangeiros robustos que devem manter a capacidade de financiamento de dívidas brasileiras em excelente condição. Junte-se a isso a perspectiva de recuperação americana (mais acentuada e mais cedo do que se esperava) e a elevada liquidez global com poucas opções de investimento, o quadro indica que o Brasil será uma economia de forte crescimento por um período longo, talvez mais de uma década. Nosso mercado interno, de uma classe média emergente de mais de 100 milhões de pessoas, atrai olhares de todos os investidores, sejam eles japoneses, chineses, americanos ou europeus.
Do lado do câmbio, mesmo a queda da Selic - e a perspectiva de que as taxas básicas de juros no Brasil ainda podem (e devem) cair abaixo de 10% - não foi suficiente para inverter uma nova onda de valorização de nossa moeda. Na realidade, o governo vem atuando há mais de um ano, com pouco sucesso, para conter a valorização do Real. Dificilmente logrará êxito, pois o que realmente importa para precificar as taxas de câmbio é a oferta e a demanda por essa ou aquela moeda. Como o influxo de capitais estrangeiros superou US$ 60 bilhões líquidos, apenas na vertente de investimentos diretos, os instrumentos que o governo dispõe para direcionar o câmbio são pouco eficientes. Se de fato as autoridades quiserem controlar o câmbio e trazê-lo para uma trajetória de desvalorização, a batalha será muito dura e o risco de danos sérios à nossa economia é elevadíssimo.Assessoria Técnica
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