As explicações são sempre as mesmas: renda, crédito e confiança do consumidor. Mas também não há outras boas variáveis que justifiquem o comportamento do consumidor normal. Este consumidor, quando tem aumento de seus rendimentos (normalmente a unidade de consumo relevante para esta análise é a família e não o indivíduo), se beneficia com o aumento do bem-estar que isso possa proporcionar. Mais salário e mais renda são convertidos pelos consumidores normais, em mais consumo de bens, em melhores casas, em viagens. O consumidor que não age assim, não é “normal”, mas para a sorte dos estudos econômicos, o grupo de pessoas que consome menos quando ganha mais é numericamente desprezível em relação ao resto do universo. Vamos ficar com os normais para o propósito do texto.
A FecomercioSP, por meio de larga experiência com pesquisas e sondagens é credenciada como uma fonte de informações e de geração de conhecimento relativo ao consumo e comportamento do consumidor. Com base nas milhares de edições de pesquisas e sondagens é fácil comprovar que, dentre os sonhos de consumo dos brasileiros, além da casa própria e do automóvel zero, as viagens de lazer ocupam o topo das prioridades. Ou seja, sabemos então que, com emprego e renda disponíveis, os brasileiros vão comprar, reformar ou equipar seus lares, colocar um carro na garagem e buscar pacotes de turismo para conhecer o Brasil ou o exterior. Talvez não exatamente nesta ordem, mas esses itens são os mais desejados. – completa a lista como sonho de consumo das famílias brasileiras o plano de saúde, por motivos óbvios.Mas vamos falar do turismo. Em 2011, o setor acumulou recordes de desembarques nacionais e internacionais. Para o ministro do Turismo, Gastão Vieira, os dados confirmam que 2011 foi o melhor ano do turismo brasileiro, tanto no que se refere à circulação de pessoas pelo País, quanto ao incremento de divisas por meio do turismo. Entre janeiro e novembro, o incremento nos voos domésticos foi de 16,6% sobre os 61,7 milhões de desembarques registrados no mesmo período de 2010 – um recorde desde o início da série histórica, em 2000. O Brasil pode ter encerrado 2011 com 79 milhões de desembarques domésticos ante 68,2 milhões de 2010. Nos voos vindos do exterior, a previsão é de que esse número chegue a nove milhões de desembarques enquanto em 2010 foram 7,9 milhões de chegadas internacionais, ou 14% de incremento em um ano. No mesmo período, o turismo no mundo cresceu bem menos: 4,4% (http://br.finance.yahoo.com/news/N%C3%BAmero-turistas-mundo-efebr-451385364.html?x=0).
O crescimento dos embarques de brasileiros para o exterior também é substancial. Em 2011 os brasileiros foram os que mais aterrissaram em Nova Iorque ao lado dos ingleses. Esses números são extremamente importantes porque não somente denotam que o consumidor brasileiro quer e pode viajar mais, mas também comprovam que o País está definitivamente entrando no imaginário dos estrangeiros, seja para se fazer negócios em uma das economias mais promissoras do mundo, seja para aqueles que colocaram nosso País no mapa de suas visitas de férias. Dentre os brasileiros viajando pelo Brasil, o setor também comemora recordes, pois o País oferece uma gama enorme de opções para quem quer passar as férias se divertindo, descansando, e falando português.
Problemas: Temos evidentes deficiências que a rigor se tornam mais expostas justamente quando a demanda no setor está em alta. São aeroportos acanhados, pouco aconchegantes e com serviços muito ruins. Estradas mal conservadas, cidades com equipamento para receptivo muito aquém do que se deseja. O lado bom dessas evidências é que ao expor as mazelas, também se iniciam as cobranças para o setor público agir. Ampliam-se as oportunidades para o setor privado investir. De uma forma ou de outra, se o foco não for perdido, o aumento da demanda e a evidência dos gargalos será convertida em excelentes oportunidades e em melhorias no médio e longo prazo.Assessoria Técnica
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