segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Estados Unidos continuam com sinais de recuperação

Desde o segundo semestre de 2011, o blog aponta para a tendência de recuperação da maior economia do globo. Um primeiro indicador forte, e não tão evidente, foi o aumento do transporte de carga (calculado por peso) que atingia mais de 8% no primeiro semestre de 2001 em comparação ao primeiro semestre de 2010. Certa vez um grande economista lembrou que é possível avaliar o desempenho da economia do Brasil pelos congestionamentos em São Paulo. Claro, era uma brincadeira sem precisão científica, mas que tinha grande carga de realidade e de lógica. Quem vai de lá para cá e ainda enfrenta trânsito ruim, ou está fazendo isso para ganhar dinheiro, ou para gastar dinheiro. De uma forma ou de outra, o trânsito de carros, caminhões e pessoas tem correlação com o PIB.

Do meio do ano passado para cá, nossa tese de recuperação americana tem sido confirmada, assim como seus efeitos sobre outras economias ou, por exemplo, sobre o desempenho da Bolsa. Muitos dados de emprego, de vendas, de encomendas na indústria americana mostravam esse cenário em evolução positiva. A variável mais defasada certamente é o emprego: a economia demora para desempregar e as empresas também demoram para empregar. O custo dessa manobra, incluir ou retirar trabalhadores de postos de trabalho, é muito caro, portanto empresários tendem a esperar um pouco para saber se há crise duradoura (quando pensam em reduzir seu plantel) e também titubeiam para certificar de que o crescimento veio para ficar. Nos dois últimos meses os dados de emprego têm sido positivos e parecem confirmar que a confiança está gradativamente voltando entre os norte-americanos.
O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caiu ao menor nível em quase quatro anos na semana passada: segundo o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, o total de pedidos teve queda de 50 mil, para 352 mil, na semana terminada em 14 de janeiro. É o menor número desde abril de 2008 e a maior queda desde setembro de 2005. Analistas previam queda para 385 mil, e o número efetivo foi bem melhor do que as expectativas, que já eram modestamente positivas. Nesse ritmo a economia americana vai evidenciar em breve que o pior ficou no passado e não há a perspectiva de um rebote da crise de 2008. Claro, a Europa é o fator a ser acompanhado e uma eventual ruptura no bloco seria desastrosa para a economia mundial. Porém, o que se espera na realidade é uma solução demorada, complexa e dolorida, mas sem rupturas no continente europeu.

Esses dados vão corroborando nossa posição um pouco mais otimista do que a média para o mundo e, principalmente para o Brasil, da mesma forma que no início do ano passado a FecomercioSP tinha um prognóstico mais modesto do que os analistas em geral para o desempenho do PIB e do varejo. Esperamos acertar mais do que errar novamente e acreditamos que a notícia do emprego nos Estados Unidos é de fato um bom indício de que a maré realmente mudou.
Assessoria Técnica

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