1. Não havia um processo inflacionário por choque de demanda, ou seja, conter inflação proveniente de gargalos produtivos e de fatores pontuais e localizados por meio de política monetária tradicional que custa muito caro em termos sociais e produz um efeito pífio, como se vê no momento;
2. Não havia um processo de super endividamento ou de risco de descontrole de inadimplência, para o qual houve a adoção de medidas restritivas no mercado de crédito. No momento, o mercado de crédito está totalmente sob controle e não há evidências de um processo de inadimplência a caminho;3. O crescimento da economia global estimado para 2011, em 2010, já era suficientemente pequeno para dispensar preocupações com manutenção de pressões de demanda externas.
Esses deslizes conceituais agora estão sendo desmontados e o Banco Central vem derrubando a Selic (e deve baixar mais uma vez nesta quarta-feira de 11,5% para 11%), reduziu exigências de garantias creditícias e não levou a cabo o aumento do pagamento mínimo exigido para as faturas de cartão de crédito. Ao mesmo tempo a inflação medida pelo IPCA mostra leves sinais de desaceleração, e, ainda que o indicador não alcance o centro da meta, não fugiu do controle em nenhum momento, e não teria fugido ainda que o Banco Central e o Governo não tivessem adotado medidas macroprudenciais, que no máximo foram inócuas.
Da mesma forma que no final de 2010, a FecomercioSP acredita que o ano que vem será muito parecido com este, sendo que o primeiro semestre sofrerá as influências negativas de uma crise mais aguda do que o previsto na Europa (argumento que finalmente convenceu a equipe econômica a desmantelar o arsenal anti crescimento/inflação) e no segundo semestre o País deve surfar uma onda melhor dos efeitos das medidas atuais de manutenção do padrão de consumo, somadas à provável recuperação americana e ao ajuste, ainda que custoso, da situação europeia. Uma definição, ainda que ruim, é melhor do que a incerteza total.
Assessoria Técnica
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