terça-feira, 29 de novembro de 2011

Semana complicada, de novo

Conforme já anunciamos no início do ano, não teremos vida fácil.  Os mercados se mantêm ao sabor de acontecimentos de curto, e curtíssimo prazo, e assim será ainda por mais algum tempo, com viés melhor do que aquele que se desenhou entre agosto e setembro. Ainda assim, nossa aposta continua sendo a de que nada se resolverá de maneira fácil, mas também não haverá uma ruptura. Japão e Estados Unidos vão crescer pouco em 2012, e isso não é segredo para ninguém. Há um adendo: os Estados Unidos começam a dar sinais mais claros de que a sua economia pode melhorar no ano que vem. Ainda que essa melhoria seja modesta, o rumo da conversa muda.

No caso específico da Europa, o maior temor do momento é que os problemas tendem a se alongar, mas já mostramos várias vezes que a ruptura no atual sistema custará mais caro para todos do que os custos do resgate para uns e do ajuste fiscal para outros. Todos os lados vão ter que ceder, o Banco Central Europeu (BCE) deveria trocar as dívidas soberanas de cada país por uma unificada e ao mesmo tempo, criar um sistema de controle fiscal com uma espécie de Lei de Responsabilidade Fiscal turbinada - muito aos moldes do que o Brasil fez quando a União assumiu as dívidas de estados e municípios, saneando as contas, privatizando bancos locais e criando regras que controlassem o endividamento de cada nível de governo. A Europa terá que tratar cada país como um ente de uma federação se quiser manter o euro como moeda confiável e não ter que passar novamente por estes problemas.
Todo esse cenário, de incertezas, dentro das possibilidades que acreditamos existir, ainda vai manter as bolsas rateando e os mercados financeiros muito voláteis. No médio prazo, a expectativa começa a mudar e existem motivos para que se acompanhe outros indicadores que serão melhor explorados na edição impressa do boletim.  Por enquanto nada de pânico, mas também nada de aventuras sem a devida exploração dos mapas disponíveis de navegação.

Com tudo isso, o Ibovespa fecha a semana com queda de 3,2%, totalizando no ano perdas de quase 21%, e esse padrão tem se perpetuado ao longo dos 11 meses de 2011. Nada vai mudar no curto prazo. O câmbio se desvalorizou 14% no ano, mas somente nesta ultima semana o real caiu 6% em relação ao dólar. Esse mercado está bastante volátil e o dólar pode não se manter ao redor de R$ 1,90, porém, também é quase um consenso que não voltará a patamares de R$ 1,55. De qualquer forma, dá para conviver sem grandes problemas com o câmbio ao redor de R$ 1,80 ou R$ 1,90 e também com o Ibovespa sem direcionamento nos próximos meses, e parece que esta será nossa sina no futuro próximo.



Assessoria Técnica

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