A taxa de desemprego em outubro atingiu 5,8% e o rendimento médio ficou estável em relação a setembro e caiu 0,3% em termos reais comparado a outubro de 2010. Na composição desses fatores, o que ocorre é que a massa de rendimentos está crescendo mais do que 5% em termos reais, e seria natural esperar que os novos empregados entrem no mercado de trabalho ganhando menos do que a média de quem já está empregado. Tirar a conclusão de que essa redução (mínima por sinal, estatisticamente desprezível) de rendimento médio é a clara indicação de que o mercado de trabalho já sente os efeitos da crise é quase anedótica. Em resumo, a menor taxa de desemprego de todos os tempos parece ser o claro sinal de que a economia está se desaquecendo. Fica quase ridículo esse posicionamento. Parece haver uma torcida para que a economia pare de crescer, ou uma agenda oculta de alguém que não contava com esse desempenho.
Seria bom lembrar que o desemprego, sazonalmente, começa a crescer entre setembro/outubro, pois o maior aquecimento da economia costumava se dar no terceiro trimestre, por conta do calendário industrial. Como a economia está, há alguns anos, deslocando seu eixo para o setor de Comércio, Serviços e Turismo, a sazonalidade do PIB e do Emprego também está se alterando. No setor industrial, de fato, não está havendo aceleração do processo de contratações agora, porém, a queda no desemprego (que significa além de absorver quem está entrando no mercado de trabalho criar postos para quem estava desempregado) neste mês indica que é no setor terciário da economia que o jogo está sendo jogado agora. Essa mudança de polo, de eixo econômico, não se dará sem que os setores, no caso, esperneiem. No direito existe a expressão Jus Esperniandi, que pode ser traduzido como o direito que as pessoas têm de espernear quando são contrariadas. Jus Esperniandi!Assessoria Técnica
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