quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Aviação no Brasil: entre o céu de brigadeiro e a batalha da Inglaterra

A expressão Céu de Brigadeiro significa que as coisas vão bem. Já quando se fala da batalha da Inglaterra, se está pensando em algo muito complexo, com muitas dificuldades e baixas. A aviação civil no Brasil está assim. Dependendo de como se olha para os dados podemos dizer que está tudo indo muito bem e, dependendo do enfoque, está tudo muito mal.
O crescimento da demanda é uma realidade. O número de assentos ocupados está crescendo, com isso os custos fixos estão sendo diluídos e os preços das passagens, em média, estão caindo. Tudo isso é muito bom. Do outro lado a infraestrutura, as instalações físicas e a formação de mão de obra (em terra e no ar) não estão acompanhando o mercado. Faltam salas de embarque, locais para os aviões “estacionarem”, “fingers” de desembarques. Faltam atendentes nos aeroportos, pilotos, co-pilotos e tripulação adequadamente preparada. Na realidade, não é só o desconforto o problema, o risco também está evoluindo, ou seja, as condições estruturais não estão acompanhando o ritmo da demanda e da oferta de assentos.
Infelizmente, a ótima fase para as empresas, com mais gente demandando, não está se convertendo em ótima fase para os passageiros, e nem mesmo para o País que poderia incrementar aeroportos, investir na área, aumentar o nível de emprego e a eficiência em um setor deficitário e que traz enormes retornos em termos de negócios e investimentos futuros para o País. O tema ficou em voga por conta da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. O problema é que os dois eventos somados duram menos de 60 dias e os brasileiros têm que conviver milhares de dias com essas mazelas. Se ao menos esses eventos fossem capazes de catalisar esforços para que se resolvessem esse e outros problemas tipicamente urbanos e de mobilidade que tanto reduzem nossa competitividade, já teria valido a pena o esforço para que fôssemos escolhidos como sedes dessas competições.

Abaixo uma tabela com os principais dados mostrando a evolução de demanda e oferta de assentos, bem como a queda dos preços médios das passagens dos trechos mais utilizados no Brasil. O crescimento, em média, da demanda é de 20% e neste ano o total de embarques deve ultrapassar os 85 milhões em nossos aeroportos, um número nada desprezível, seja em termos absolutos ou mesmo a taxa de crescimento deste mercado, que em qualquer cenário não esquizofrênico seria motivo de comemoração e júbilo.



Assessoria Técnica

Nenhum comentário:

Postar um comentário