quarta-feira, 8 de junho de 2011

Turismo no Brasil e no mundo

Na era da economia sustentável, das restrições às indústrias poluidoras, no momento em que as distâncias são cada vez menores e em um momento de interação umbilical das economias ao redor do planeta, o segmento de turismo deve despontar como uma opção irrefutável de investimentos públicos e privados. São cada vez mais e mais deslocamentos, seja para lazer, seja para negócios. Milhões de pessoas indo de um lugar para outro de carro, ônibus, trem, navio e, claro, aviões. Esses consumidores já aportam em seus destinos com demandas obrigatórias: comer, beber e dormir.
O lazer, as compras, os negócios são derivados intencionais ou não do turismo e multiplicam os efeitos desses deslocamentos sobre as economias em todos os cantões do mundo. Esse é mais um dos setores de serviços que gera um grande volume de empregos, investimentos crescentes através de atividades ecologicamente sustentáveis. Não há setor mais moderno e atrativo do que o de turismo na economia global e globalizada.

No mundo, o turismo movimenta em receitas cambiais de turistas estrangeiros cerca de US$ 900 bilhões, com um total de 900 milhões de visitantes. Enquanto isso, no Brasil, esses números atingem US$ 6 bilhões ao ano, com a recepção de pouco menos de 6 milhões de pessoas de diversos destinos. O País representa hoje 0,7% dessas receitas e a mesma proporção dos visitantes globais. Por essas contas, chega-se ao gasto médio de US$ 1 mil por visitante estrangeiro no Brasil. São números muito pequenos para as dimensões de nossa economia e para o potencial turístico de um país com milhares de quilômetros de praias e patrimônio natural.

Quando se desce ao detalhe, a divisão de turistas que chegam ao nosso País privilegia os argentinos (cerca de 1,5 milhão de turistas) e, em segundo lugar, os americanos que estão atingindo a marca de 700 mil visitantes ao ano. A essas principais origens de visitantes somam-se Itália, Alemanha, França, Uruguai, Portugal, Paraguai, Espanha e Inglaterra. Esses dez países representam 70% da origem de nossos visitantes.

Os dez países mais visitados do mundo são, pela ordem, França, Estados Unidos, Espanha, China, Itália, Reno Unido, Turquia, Alemanha, Malásia e México. Note-se que, em grande parte, são países europeus, e o turismo intra-continental responde por essa forte onda de turistas. Os outros países atraem certamente por sua pujança econômica. Esses dez países respondem por mais de 45% do total de chegadas – fluxo receptivo internacional – do mundo. Em qualquer prisma que se observe, o Brasil se coloca aquém de suas possibilidades, seja pela sua crescente importância econômica, seja pelo potencial turístico tradicional.

Perspectivas

O Brasil precisa urgentemente de um plano de atuação que o coloque em uma posição merecida como destino preferencial. Hoje, o turista brasileiro gasta US$ 16 bilhões no exterior e o Brasil recebe US$ 6 bilhões do bolso de turistas estrangeiros. Mesmo com essa diferença e com o fraco desempenho relativamente ao potencial, o turismo no Brasil seria a quinta maior receita de exportações, perdendo apenas para minério de ferro, óleos de petróleo, soja triturada, açúcar de cana.  Portanto, o potencial é enorme e o País está atrasado nos investimentos nessa indústria moderna, não poluente e forte geradora de emprego e renda.

Para isso, são imprescindíveis algumas ações:

1. Facilitar a ida e vinda de turistas. Especificamente, não há motivação para exigência de vistos de turistas vindos de locais como os Estados Unidos. Essa exigência de reciprocidade apenas afeta negativamente o fluxo de potenciais turistas norte-americanos. Não garante ou defende a soberania brasileira;

2. Investir em capacitação da mão de obra: poucas pessoas falam outro idioma além do português no Brasil, e há falta de cursos de formação específica na área, apesar da existência de experiências bem-sucedidas como o Senac;

3. Investimento na limpeza e mobilidade urbana, assim como em segurança;
 
4. Divulgação mais adequada da imagem do País, que ainda sofre com estereótipos pouco honrosos e por vezes inverídicos.

O Brasil hoje representa cerca de 4% a 5% do PIB global e quase 6% da área mundial não coberta por oceanos. De qualquer forma, o seu desempenho no setor de turistas fica muito abaixo de sua importância mundial e mesmo de suas dimensões geográficas. O momento não poderia ser mais oportuno para endereçarmos esses assuntos: vamos receber em menos de uma década os quatro eventos esportivos mais importantes do planeta: Copa das Confederações, Copa do Mundo, Paraolimpíadas e Olimpíadas. A esses eventos mundiais já se somam milhares de eventos de negócios e esportivos anuais, principalmente em São Paulo. Temos que somar essas oportunidades ao potencial atual e aproveitar esses eventos como o ponto de transformação do País em um destino global preferencial, e, para isso, temos que criar essa agenda e aguçar o senso de oportunidade e responsabilidade.
 
Assessoria Técnica

Nenhum comentário:

Postar um comentário