1. Os Bancos Centrais vão de fato adotar medidas que aumentem as linhas de crédito de imediato para as necessidades urgentes?
2. O acordo é factível ou não existem condições de operacionalização para linhas de crédito e de empréstimos flexíveis inter Bancos Centrais?3. Os europeus entenderam de fato o risco de deixar desmoronar o Euro?
Para nós, em geral as chances de funcionamento são grandes e amplas, porém, não sem antes muitos meses de ajustes e resgates de emergência à moda antiga ao longo do caminho. O fato de terem essas economias percebido a necessidade de firmarem um acordo mais explícito de colaboração em que constassem ações efetivas para que não haja falta e/ou empoçamento de liquidez, é o diferencial neste momento. Conforme estamos alertando há tempos, nenhuma solução será indolor ou incontestável. Também a hipótese de que os ajustes fiscais na Europa sejam feitos sem problemas políticos sérios internos a cada país, é nula.
A retomada do crescimento na Europa pode demorar alguns anos e nos Estados Unidos deve começar em 2012, porém ainda lentamente. A redução do desemprego é ainda mais problemática e demorada. Na realidade os problemas sociais e políticos internos de cada país são função direta da taxa de desemprego, ou seja, medidas de ajuste, tradicionalmente recessivas, serão fortemente contestadas e isso deverá gerar o crescimento dos movimentos de oposição na Europa. Também é esperado um acirramento dos movimentos nacionalistas, outro efeito colateral muito normal. Neste momento o nacionalismo que deve se exacerbar é o de direita, visto que em sua maioria foram os governo de orientação de esquerda que levaram a Europa a esse momento.Na realidade foram medidas de esquerda de pouco controle de gastos e exagero de benefícios sociais (welfare) que trouxe a Europa para essa posição. A contraposição com os Estados Unidos não é bem válida, pois foram as mesmas famílias de medidas que complicaram a equação em uma economia pujante. Foram gastos enormes em um esforço de guerra que completa quase 10 anos. A grande diferença é que nos Estados Unidos foi a direita que exagerou nos gastos. Neste momento, um governo democrata não está tendo muito clara essa visão de que o ajuste deve ser feito com a redução do Estado, o que retarda a resolução da questão. Ironicamente têm sido governos Republicanos que atuam para descontrolar as contas públicas (Bush pai, por exemplo) e Democratas para organizar a casa fiscal (Clinton, por exemplo). O presidente Obama tinha tudo para repetir a receita de sucesso, mas preferiu alguns caminhos mais demagógicos como culpar os ricos e o mercado financeiro unicamente e projetar mais gastos pagos com mais tributos sobre fortunas. Caminho errado, se for definitivamente adotado, e essa pode ser a diferença de uma recuperação mais rápida e robusta e um martírio mais prolongado das economias globais.
Assessoria Técnica
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