quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Turismo entra definitivamente na pauta dos negócios brasileiros

O País deverá bater o recorde de 2005 quando recebeu 5,35 milhões de turistas. Seis anos depois, o Brasil vai receber quase 5,5 milhões de turistas, fato que deve ser amplamente comemorado, pois ocorre a despeito da crise internacional, que afeta muito fortemente os países ricos e também a despeito da apreciação do real, que torna as diárias e os gastos no Brasil muito caros para os turistas estrangeiros.

Para melhorar as coisas, o crescimento do número de turistas é acompanhado por um crescimento ainda maior dos gastos dos estrangeiros aqui. O número de turistas vai crescer 5% e o volume total de divisas que ingressarão neste ano vai subir cerca de 15% - saltando de pouco mais de US$ 5,5 bilhões para mais de US$ 6,4 bilhões. O gasto médio por turista vai subir 10% saindo de US$ 1.080 para US$ 1.185 por pessoa. Nada mau se esse resultado for colocado dentro das perspectivas negativas da economia global.
Esse número ainda é muito aquém das possibilidades do País e hoje está em alta pelo turismo de negócios – o Brasil entrou definitivamente na rota dos negócios globais – e também pela super exposição que a imagem do País está tendo por conta da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Portanto, receber esses eventos já alavanca as visitas, mesmo antes de acontecerem. Estima-se que na Copa do Mundo o Brasil receberá 600 mil turistas estrangeiros distribuídos em 12 cidades (mais ou menos 50 mil por sede, além dos turistas não atraídos por futebol).

A meta para 2014, ano da Copa, é recebermos mais de sete milhões de turistas estrangeiros e, para 2020 é atingir a marca de 10 milhões de visitantes. Vale ressaltar que, para que isso ocorra, serão necessárias as providências muitas vezes lembradas pelo Conselho de Turismo da FecomercioSP. Serão necessários investimentos bilionários em comunicações, infraestrutura aeroportuária, segurança, formação de mão de obra para o receptivo e alterações significativas no mobiliário e na mobilidade urbana. Se hoje, recebendo metade desse número de estrangeiros, o País já enfrenta evidentes gargalos no setor, dobrar a recepção de estrangeiros não é tarefa trivial. Também temos que lembrar que se o número de estrangeiros que buscarão o País nos próximos anos vai crescer, o mesmo deverá ocorrer com o turismo interno, exigindo um esforço de investimentos em estrutura ainda maior.
Lembrando que: para quem compara o Brasil com países da Europa, por exemplo, as condições são completamente diferentes. Se é verdade que Paris recebe mais de 40 milhões de turistas ano, também é verdade que grande parte destes vêm de regiões muito próximas, e, portanto, não seria justo comparar o número de turistas estrangeiros que atravessam o Atlântico para vir ao Brasil com aqueles que tomam o trem ou o ônibus ou enfrentam poucas horas de voos a preços competitivos para chegarem ao centro da Europa. Se o Brasil estiver em condições de receber 10 milhões de turistas estrangeiros, de forma adequada em 2020, já será uma vitória. Temos que acompanhar e cobrar as providências do governo e do setor privado para que isso ocorra.

Assessoria Técnica

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