terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pressão dos importados sobre os produtos nacionais será ainda mais forte em 2012

O Conselho de Planejamento Estratégico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) se reuniu nesta segunda-feira (19) para um balanço econômico de 2011 e falar das expectativas para o próximo ano.

O presidente do Conselho, Paulo Rabello de Castro, que conduziu a reunião, abriu o debate fazendo uma comparação entre as projeções de crescimento de países desenvolvidos e o Brasil, que deverá crescer cerca de 3%.
Para os Estados Unidos, Japão e Reino Unido, o PIB não deverá chegar a 1%. Nos países da zona do euro, a situação será pior, ficando em torno de -1,2%. Entre os Brics, no entanto, a expectativa é de que o Brasil fique na última posição já que Rússia crescerá cerca de 3%, Índia, 6% e China 8%.
Rabello de Castro enfatiza que a lentidão brasileira se deve à menor dedicação quanto aos investimentos, mesmo em anos que antecedem a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. “Apesar da construção de estádios e da aceleração e retomada do crescimento nos últimos anos, observamos que nossos investimentos são menores, principalmente se formos comparados a países asiáticos”, diz Rabello.
A competitividade no mercado interno e os reflexos da crise dos países ricos sobre o Brasil, também foram analisados. Para o economista chefe do Bradesco, Otávio de Barros, a pressão dos importados será ainda maior em 2012, já que mercados como Europa e Estados Unidos enfrentam recessão enquanto o consumidor brasileiro está adquirindo bens de consumo como nunca. “O Brasil é o quarto maior consumidor de carros, mas é o sexto produtor. Isso se deve aos importados, que ganham mercado cada vez mais”, analisa.
Em relação à política econômica interna, a FecomercioSP acredita o governo adotará novamente o receituário usado ao final de 2008 para enfrentar a crise dos Estados Unidos naquele momento: redução de juros, manutenção do crédito através dos bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Federal e BNDES), desoneração tributária pontual (redução do IPI na Linha Branca, por exemplo) e medidas para proteger a indústria nacional.
Para a entidade essa “prescrição” certamente poderia ser aprimorada com uma redução definitiva efetiva e generalizada do IPI para todos os setores. A entidade também vê com preocupação medidas “contrabandeadas” nos pacotes de manutenção do nível de atividade. Mais precisamente assustam as medidas que camuflam intenções protecionistas que vão prejudicar o consumidor e o desempenho de longo prazo do País sob o véu da defesa do emprego e do consumo.

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