terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O ritual de sobe e desce continua...e continuará

Já faz um bom tempo que os mercados estão invertendo os sinais semana após semana. Claro, o objeto desse fenômeno é a situação na Europa, que continua bastante complicada. Na realidade, continua e continuará bastante complexa por muito tempo. Não há porque esperar que a situação dos 27 países do bloco europeu e dos 17 que contam com a moeda única, seja resolvida em breve. O problema é tão grande quanto a economia do Bloco, portanto, a solução necessária também deverá ser proporcionalmente complicada e demorada.
Nosso boletim tem alertado para o que chamamos de solução aos poucos. Claro, os sinais de que não haverá desintegração do Euro vão sendo dados. Ao mesmo tempo, novos problemas e divergências aparecem, como, por exemplo, o novo entrevero entre França e Inglaterra, mais especificamente entre o presidente francês e o primeiro ministro britânico. Essa situação é natural, dado que um processo de ajuste dessa magnitude traz além das complexidades técnicas, a necessidade de costuras políticas internas a cada país nada simples.
Nossas projeções são de que, um pacote completo de medidas jamais seja adotado, e, ao contrário, as medidas serão tomadas paulatinamente, o que, no final deve se configurar como um projeto concatenado, porém que será construído mesmo aos pedaços. Isso nos parece que tem ficado claro. A cada momento de maior tensão (quando as bolsas caem e o Euro apanha de outras moedas) segue-se um anúncio de adoção de medidas de certa importância. Após esses anúncios, seguem-se as avaliações de efeitos e, quase sempre, a percepção de que o que foi divulgado não dá conta de resolver toda a situação. E não deveria dar conta mesmo, pois as medidas estão buscando resolver problemas pontuais e ao mesmo tempo irem incrementando o arcabouço de medidas disponíveis até que, em determinado momento, a situação tenha sido totalmente controlada. É um processo incremental e não de saltos.
Finalmente, mas não menos importante, é o fato de a Alemanha ter como forte aliada neste  projeto de resgate/salvação do Euro e da comunidade, a França. São justamente as nações que tiveram problemas e disputas históricas muito profundas, e que, sem momentos de crise econômica, fizeram eclodir as duas maiores guerras do século passado. Esse fator não pode passar despercebido, pois já há profetas do apocalipse prevendo que essa crise europeia pode ir além da desintegração do Bloco, com efeitos no campo de conflitos internos aos países e também entre nações. Esse não parece um quadro provável, e sim uma aposta de alguém que quer atenção e vive do sensacionalismo. Claro, confrontos entre trabalhadores, polícia, grevistas, governos e embates ideológicos tendem mesmo a se exacerbar nesse momento, porém as principais lideranças do continente estão dando claros sinais que preferem o diálogo e o ajuste, ainda que custoso, do que os custos da desintegração e da perda da moeda única ou, pior, a deflagração de confrontos entre nações. Esse cenário está fora de nossas projeções, apesar de ser a crise econômica europeia mais profunda do pós Segunda Guerra Mundial.
Assessoria Técnica

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