De qualquer forma, é verdade que quanto mais feriados, maior o esforço que o setor industrial, principalmente na transformação, terá que imprimir para produzir. Independentemente de haver queda proporcional de produção por conta dos feriados, o fato é que são dias parados que são pagos, o que encarece o preço da produção nacional, vis-a-vis com economias que têm menos feriados, como a da China, hoje nosso principal concorrente no produto industrializado. Ou seja, se há de fato a queda de R$ 45 bilhões no produto anual não interessa, porque o custo para produzir cresce com o aumento dos feriados.
Para a FecomercioSP os efeitos dos feriados sobre o PIB recaem mais sobre a indústria no sentido de potencial produtivo. No caso dos setores de Serviços e de Comércio, há um deslocamento do consumo de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, para regiões de veraneio e de descanso como a Baixada Santista ou a região serrana do Rio. Se empresários desses locais forem perguntados quanto aos efeitos dos feriados sobre a economia, suas respostas serão positivas, certamente. Para o setor de Turismo, outro segmento representado pela FecomercioSP, o aumento de feriados é ainda melhor, pois estimula o fluxo de viagens e aumenta as chances de que um indivíduo escolha ao menos um desses períodos para viajar. Para os setores de Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o efeito negativo se dá pelo aumento do valor da hora paga, mas em geral é compensado pelo incremento da demanda.Concluindo, há um equilíbrio entre não haver nenhum feriado no ano e um volume muito grande de datas em que parte dos negócios está parada. Os feriados possibilitam, conforme explanado, a distribuição do fluxo de consumo entre regiões do País, estimula o turismo e no final das contas, serve para relaxar e descansar a mão de obra, o que traz efeitos positivos sobre a produtividade. Por outro lado, o número exagerado de feriados vai comprometer o volume total de produção industrial, sem que haja queda nos salários pagos, o que reduz a competitividade da indústria nacional. Como tudo, o caminho do meio é sempre melhor do que os extremos.
Assessoria Técnica
Boa análise! Em regiões onde a predominância é na indústria, as variáveis de produtividade podem se complicar, mas o planejamento adequado dos recursos é o diferencial. Isso vale também para o subsetor de comércio e serviços voltados ao B2B.
ResponderExcluirEntretanto, onde comércio e serviços é B2C e são mais fortes que a indústria, os feriados/folgas ajudam a distribuir o fluxo de consumo e capital.