Todavia, as estimativas da Oil World para a produção de soja na América do Sul não são muito animadoras, por conta da estiagem - que não é um problema exclusivo da região Sul do Brasil. Se não houver chuvas em volumes apropriados em janeiro e fevereiro, o que poderia amenizar o quadro, as perdas definitivas podem se ampliar de forma significativa. A questão é que produtos como milho e soja fazem parte da cadeia produtiva de outros itens, como a carne, o leite e seus derivados, já que são utilizados com ração animal.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA / ESALQ / USP) revelou que em 2011 os produtores de leite conseguiram escoar sua produção com preços acima dos vistos em 2010. Contudo, isto não implicou em maiores lucros já que os custos da ração animal (milho e farelo de soja) aumentaram de maneira significativa. No varejo os preços dos leites e de seus derivados seguem, naturalmente, a mesma tendência. Em 2012, nas regiões em que houve chuva, os preços recuaram levemente, pois as pastagens foram recompostas, entretanto, nas regiões em que a seca foi mais severa, os custos continuam elevados e a captação do leite segue em queda frente a 2011.E o Brasil volta a exportar carne suína e carne de aves para a Rússia, já que alguns exames exigidos pelas autoridades sanitárias daquele país aprovaram o produto brasileiro, finalmente. Basta saber se a produção interna continuará sendo competitiva e se haverá demanda para atender este novo mercado. Enfim, é bom lembrar que as chuvas de janeiro não causam somente problemas, mas também beneficiam algumas safras, como a de café. O período da chuva foi favorável ao desenvolvimento dos pés e as lavouras evoluem de forma satisfatória, sem sinais de perda ou pragas até o momento. Ou seja, de modo geral as pressões de preços sobre alimentos ainda vão nos incomodar no primeiro trimestre do ano, apesar de que os prognósticos para o período posterior estão melhorando gradativamente.
Assessoria Técnica
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