quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Empresário do comércio exterior é marginalizado

Que é difícil importar e exportar no Brasil, isso é bem sabido. Que a burocracia torna a vida das empresas ainda mais difícil, isso também não chega a ser novidade. Que as pequenas empresas estão basicamente impossibilitadas de participar do comércio externo, isso também é fato reconhecido. Todavia, em artigo recente da Folha de S. Paulo, o ambiente de negócios com o exterior foi melhor dissecado, e as condições são estapafúrdias de tão ruins.

A FecomercioSP é a entidade do livre mercado, que deseja promover a melhoria do arcabouço de condições necessárias à livre iniciativa e ao desenvolvimento social e econômico do País. Nesta condição, a FecomercioSP entende que a integração global não só é desejável, como é também um caminho sem volta, com seus custos e benefícios. Quanto antes o País entender que os ganhos da abertura de mercado são mais do que compensatórios em relação aos custos, melhor para nós mesmos.
Com base no diagnóstico apresentado na reportagem da Folha de São Paulo, a FecomercioSP lamenta que o Brasil ainda seja uma das economias mais fechadas do mundo, com um grau de protecionismo que, na realidade, pune  o consumidor e restringe o crescimento econômico e a geração de emprego, sob o nobre véu da defesa da indústria nacional. A indústria nacional merece todo o respeito e deve ter internamente condições adequadas de produção e de competitividade, mas não nos parece merecer reservas de mercado, sob pena de voltarmos 30 ou 40 anos ao passado, tornando nossa economia completamente anacrônica. O que valia na década de 1970 como estratégia de aceleração do crescimento, não vale mais no mundo globalizado, e que preza o consumo de bens e serviços cada vez mais, na medida em que aumenta a renda das classes e países emergentes. A economia moderna vive de consumo de bens, mas também de experiências, de serviços, de conforto.

No Brasil existem 19 mil empresas de exportação e 43 mil de importação, um número muito baixo para os mais de cinco milhões de empresas que estão sediadas no País. Não é para menos, pois os exportadores e importadores estão sujeitos até a 12 carimbos de aprovação em órgãos diferentes, mais de 100 legislações para a área e pelo menos 130 tributos distintos. Essa situação é, além custosa em termos financeiros, extremamente onerosa em burocracia e perda de tempo. Não dá, definitivamente, para imaginar um setor de comércio externo realmente pujante dentro desse ambiente absolutamente castrador.
Assessoria Técnica

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